Kaiken Corte. Mais um belo tiro de Aurelio Montes


Esse mês resolvemos fazer um pedido na ótima Vinci, que detém a linha Kaiken. Claro, pedimos os já consagrados "Reserva" e os "Ultra", e aproveitamos pra arriscar esse Kaiken Corte 2008, novidade da vinícola argentina do chileno Aurelio Montes.
Abrimos esse do Polaco num almoço de domingo em sua casa, onde estavam também o Bianchi e o Doutor. Estávamos todos curiosos e animados com relação à esse vinho, que tá saindo por R$40,67 e é um corte de Malbec, Bonarda e Petit Verdot.

Será um novo Hit da kaiken?
E o vinho correspondeu às nossas expectativas. Diria até que superou às minhas. Cor bem fechada, puxada prum violeta, e um nariz poderoso onde as frutas vermelhas se destacam, quase atropelando o que vem da madeira.
Na boca, as frutas maduras confirmam o nariz e dão de imediato aquela sensação de que a garrafa não vai durar muito. É muito saboroso esse vinho. Vale cada centavo!

Talvez alguns o classifiquem como um "bomb fruit" (esse termo é horrível), assim como fazem com o Trio. Eles até guardam algumas semelhanças mesmo, além das óbvias.

E é provável que a caneta Parker também seja generosa com ele em suas tintas. Beleza... Não respingando em nós, consumidores, tá tudo certo.


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Colchagua Valley. Antes (muito) tarde...


Sempre fui fã do Chile, que considero um país muito interessante. Tem de tudo lá. Vulcão, neve, praia, deserto, restaurante molecular... E vinho, muito vinho. Há algum tempo atrás (agosto de 2008), fui com a patroa a Santiago e, cansado das bodegas que cercam a cidade (como se isso fosse possível), fomos ao Vale do Colchágua. Devo alertar que se trata de um passeio bem caro (na época, cerca de 260,00 dólares por pessoa) um dia inteiro. No caminho, passamos pela bodega Apalta que produz o Clos Apalta (um dos meus sonhos de consumo), que não pudemos visitar, apesar da nossa choradeira, devido ao horário marcado nas outras bodegas.  
A primeira que fomos foi a Montes, que é muito bonita e moderna. Possuiu um sistema de reaproveitamento de água e um grande salão VIP onde ficam barricas com os vinhos nobres escutando canto gregoriano (acreditem, frescura pouca é bobagem). Degustação com três vinhos. Um da linha clássica e dois da linha Alpha (pinot - que considero espetacular e barato - e um syrah). Vimos os top Montes Folly, Purple Angel e Alpha M ( na faixa dos 100 dolares na época). Foi o lugar mais barato que encontrei os vinhos da linha Alpha, cerca de 9000 pesos chilenos.
Seguimos para a Viu Manent. Nesta, o passeio em si é sensacional. Visita as parreiras, passeio de charrete, toma um vinho ( ruim por sinal) diretamente de um tanque de aço inox, e degusta-se a linha Secreto. Foram 4 vinhos que, a bem da verdade, não gostamos de nenhum. O incrível é que aqui no Brasil, estão na faixa de 70-80 reais, enquanto o Viu Manent Reserva é encontrado mais barato (na CADEG, com o Mariano) e melhor (na minha opinião).
Após um bom almoço na bodega começamos, eu e a patroa, uma choradeira para visitarmos pelo menos mais uma vinícola, não inclusa. 
Nosso guia Arturo da Chilean reps nos levou a Santa Emiliana, que era na época a única verdadeiramente orgânica, pois fica num vale e não há contaminação das parreiras com agrotóxicos nem pelo ar. Provamos o vinho COYAM que é bastante conceituado. Pro nosso paladar, um pouco complexo demais, além de parecer muito jovem. Após choradeira imensa, um tiquinho do Gê, o vinho considerado top deles, que é melhor, mas não vale na minha opinião os 100 dólares cobrados por ele. O Coyam custa cerca de 21 doláres. Vale comprar, guardar uns 2 ou 3 anos e tomar, pois aqui custa 120-150 reais.
Após essa aventura pegamos o rumo de volta a Santiago e passamos em frente a Santa Helena, mas Arturo não deixou nem a choradeira começar.

Fica pra próxima.


Doutor

Um Barolo para o presente e para o futuro



Doutor havia chegado de uma viagem com sua patroa. E sempre que  volta de viagem ao exterior, faz uma limpa na prateleira de vinhos do Free shop. Dessa vez trouxe um Barolo que era novidade pra gente. Estávamos acostumados com aquele Barolo safadinho da Batasiolo que, segundo o Doutor, é bom mesmo pra dar de presente pra alguém que tenha mais ou menos uma noção sobre vinhos. -"Oh! ganhei um Barolo!"

Mas com esse cara aí da foto, a história é outra. Por 53 dólares (88 reais) temos agora o belo Barolo Rivetto Serralunga 2006 no Free Shop do Rio.
Habemus Barolo!!!

Além do Polaco, estava conosco o Bianchi. Esse grande confrade tem o vermelho, o verde e o branco correndo em suas veias não somente por ser um dos maiores torcedores do Fluminense que conheço, mas também por sua descendência italiana. Logo, Bianchi harmonizou-se perfeitamente com o Barolo da Rivetto. E as ótimas empadinhas caseiras da foto também não comprometeram.

Eu confesso que me surpreendi logo de cara, ou melhor, de nariz, com esse vinho. Uma riqueza de aromas, de boa chamada, vieram logo de início. As frutas vermelhas combinadas ao floral, ao couro e ao tostado me fez lembrar do General em seu comentário sobre aquele Canneto: "Pura corrida de Bigas!"
Só então me atentei pro detalhe da cor do Rivetto. Era mais fechada, mas com aqueles reflexos avermelhados mais claros.
Na boca ele já está uma beleza. Macio e gostoso. Dá pra comprar e abrir sem medo pois ele já te entrega um material de prima. Mas percebe-se que só com um tempo no calabouço ele estará arrendondado. Ótimo então... Se eu puder esperar pelo melhor, Ok. Caso contrário, Ok.

Eu certamente vou pegar um desses quando voltar de minha próxima viagem. E talvez eu anote no seu rótulo: "Abrir no futuro". 


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Bin 888. À procura de Kung Fu na China.


Ainda no embalo do free shop chinês, segue outra garrafa australiana tax free. E muito infelizmente, além da pouca oferta no duty free, ainda existe o limite de DUAS garrafas por pessoa na aduana chinesa! Enfim, depois da mudança nas regras alfandegárias brasileiras no final de 2010, a partir da qual podemos regressar à pátria com 12 litros de bebidas (16 garrafas de 750 ml), finalmente temos um motivo pra estufar o peito e nos orgulharmos de ser brasileiros, já que, ao ler jornal, vemos tão poucas oportunidades.
A garrafa em questão é uma Wyndham Estate BIN 888 Cabernet Merlot 2007. Ao acessar o site da Wyndham Estate, já fico sabendo que a linha BIN é a linha de frente da vinícola, tais quais os Jacob's Creeks do último post. Bom saber que existe coisa (muito) mais fina, mas na atual situação, preciso é achar um custo/benefício confiável, e ao custo dos mesmos 127 yuans (32 reais) dos Jacob's Creek recém-bebidos, é por aí que colocaria essa garrafa, restando apenas resolver dois detalhes: 1- Em que preço encontro a criança num supermercado comum; 2- Tem pujança pra entrar pra lista dos binos do dia-a-dia?
Com as expectativas lá em cima, a patroa dessa vez resolveu jogar pesado e investiu numa picanha molhuda. Sim, eu disse picanha. Preciso dizer que por aqui uma picanha chega a ter valor sentimental? Ahh, como é fácil se afeiçoar a um bichinho desses!
Abri o BIN 888 e deixei respirar bastante. Com 14% de álcool, esse corte de 60% Cabernet sauvignon e 40% Merlot devia estar no clima de carnaval. E estava. Logo no nariz, o álcool atravessou um pouco. Na boca, estava curto, mas gostoso. Outra vez, frutas vermelhas escuras e ameixas, e o álcool incomodando um pouco, mesmo com a picanha molhuda coadjuvando a degustação. Curiosamente, sobrou um terço da garrafa, que foi escalada pro almoço do dia seguinte. E aí a surpresa - já não havia a sobra do álcool. O 888 estava como devia estar na véspera - bem mais redondo, saboroso e justo!
Com esse bom susto, voltei com mais vontade ao excelente site da Wyndham Estate e fui conferir algumas informações extras, quando vi que esse produtor ainda tem um clube que entrega, anualmente, um conjunto de vinhos de valor, quantidade e linhas variáveis a diversos lugares - mas só na Austrália. E com preços mais camaradas que os praticados no mercado australiano! Uma bela ideia.
Em seguida, achei o 888 num supermercado no centro de Pequim por volta de 43 reais (o que dá quase um Septima Gran Reserva na Cadeg...). Assim, mesmo não o habilitando pro dia-a-dia, fiquei tentado a uma nova entrevista no futuro. Extensiva, sem dúvida nenhuma, aos seus conterrâneos das linhagens mais nobres da Wyndham Estate - especialmente os Shirazes. Isso, é claro, quando (se) achá-los.

Em breve, mais aventuras dessa perseguição implacável.

General

Mendoza! Antes tarde...



Fizemos dois tours de vino em Mendoza. O primeiro em Lujan de Cuyo, que incluia a visita na Bodega Catena Zapata, na Lagarde e na Septima Codorniu.
 

A Catena Zapata decepcionou por ser muito comercial e pouco calorosa. É uma visita gratuita e como degustação, eles oferecem o Alamos (primeiro vinho da linha), que apesar de não ser péssimo, me causa uma baita dor de cabeça. A vantagem, é que por um preço razoável, se pode tomar alguns vinhos em taça, sendo que o melhor é o Catena Alta Malbec.
Saímos de lá e fomos para a Lagarde, da qual me lembro pouco, logo, não me chamou atenção. 
A terceira do dia foi a Séptima Codorniu, que marcou para sempre a vida do Polaco. Lá, ele experimentou e, mais do que isso, segurou a garrafa pesadíssima do vino Séptima Gran Reserva. Era a sua alma gêmea. Amor eterno. Nunca mais o esqueceu e sempre o compra na CADEG  (aliás, por quase o mesmo preço que pagamos lá).
O segundo tour que fizemos incluía uma olivícola e mais duas vinícolas. A visita a Olivícola Laur foi muito legal e nos permitiu comer e aprender um pouco mais sobre azeites e seus mistérios ( outra das nossas paixões).

Em seguida fomos a Bodega Lopez, que tem outro vinho emblemático para o Polaco, o Montchenot ( antigamente chamado de Chateau Montchenot). O primeiro grande vino que o Polaco tomou. Sua primeira paixão. A degustação é boa e os acessórios muito baratos, como os saca-rolhas. Pra quem pensa que todas as vinícolas são iguais, está muito enganado. A maioria delas tem alguma característica quase que exclusiva. A Lopez se caracteriza por vinos de guarda ( de 10, 20 anos), que são muito baratos. Acho que uma das técnicas usadas é armazenar os vinhos naqueles barris gigantes de grande capacidade e antigos, que a maioria das vinícolas usa como demonstração ou museu.
 

Depois de lá, fomos pra Bodega da Familia Zuccardi, com direito a degustação de azeites e vinhos, seguido de um almoço espetacular com vinho incluido.
Existe um outro tour com duas ou tres bodegas que inclui a O fournier, que tem vinhos muito bons e com bom preço. Dizem que nessa bodega o almoço é muito bom, mas como não tínhamos tempo, não pudemos ir. Na próxima vez iremos com certeza pois eu e o Polaco ficamos fãs dos vinhos dessa vinícola ( Urban UCO que custa 45 reais aqui, Bcrux que é muito bom e custa 98 reais, e o alfa crux que custa uns 170 reais, e é uma beleza).
Além do tour de vinos existe um outro bem legal, que é chamado Tour da Alta Montanha.


Essa viagem foi feita no primeiro semestre de 2010.

Doutor

três garrafas do Chile asiático

Depois da experiência na Tailândia, assim que cheguei à China fui inspecionar o free shop, à procura de boas garrafas. A limitação de escolha é grande: boa parte é de vinhos franceses cujos nomes parecem fazer incluir 20% ao preço. E na China, um risco a mais: os vinhos franceses são os preferidos dos falsários.
Achei também o mesmo sortimento de vinhos chineses de exuberantes embalagens, que já havia encontrado em alguns supermercados.
Com esses parâmetros, fiz o que tantos brasileiros fazem: procurei o Chile. E na Ásia, o Chile vinícola é a Austrália (sim, eu sei que a Austrália fica na Oceania): o novo mundo onde são produzidos vinhos competentes a preços competitivos. Eu ainda prefiro o Chile original, mas por aqui, mesmo se isentos dos - serei eufemista - absurdamente abusivos impostos brasileiros sobre os vinhos, ainda resta o frete.
Em outra oportunidade, lembro que já cheguei a beber o Marques de Casa y Concha pela metade do preço brasileiro simplesmente porque estava na África, e não em Pindorama. Mas não vamos entrar nesse assunto pra não avinagrar a conversa.
Chamou-me a atenção um espumante Jacob's Creek Chardonnay Pinot Noir, que pela bagatela de 87 yuans (nem 22 reais) gerava suspeitas. Ainda mais por vir numa caixa com 2 flutes (o nome fresco pra taça de espumante).
O sabor e a acidez estavam justos - pro valor pago - mas as bolhas deixaram a desejar. E, de acordo com a publicação científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), existe 30 vezes mais sabor nas bolhas do que no resto da bebida.
 
Gérard Liger-Belair, professor da Universidade de Reims, na França, diz que, se as bolhas forem menores e em maior quantidade, haverá mais delas pra liberar sabor e aroma. E as primeiras bolhas desse espumante eram grandes, grosseiras e encerravam o expediente muito cedo.
Afinal, pra que serve um espumante que não espuma?


A garrafa seguinte da Jacob's Creek foi um Reserve Shiraz Vintage 2007 - produto da região de Barossa. Esse sim estava muito bom. As safras anteriores ganharam vários prêmios, incluindo ouro no Concours Mondiale de Bruxelles, Selections Mondiales de Vins Canada, e no Tasters Guild & International Eastern Wine USA. O próprio 2007 também levou suas medalhas. Mas sei que medalha em vinho é tão confiável quanto campeonato de telecatch.
Na Austrália custa 15 doletas "ostralhanas" - umas 25 dilmas. Comprei por volta de 32.
Nem preciso dizer que os preços que achei no Brasil, pela internet, eram muito maiores, com um ágio distribuído entre frete, impostos e ganância.
No nariz, começou meio tímido, mas soltou um pouco depois. O sabor cumpre o que o rótulo promete: frutas vermelhas escuras e ameixas. É um vinho de bom corpo e cheio da energia que falta aos vinhos asiáticos, de uma forma geral.
Foi desarmonizado com COXINHAS DE GALINHA, pra revolta dos experts que por ventura possam ler o blog. Estava uma delícia! É logico que atravessa um pouco, mas coxinha na Ásia é gol de goleiro. E como a pressa de ser feliz é grande, desceu fácil.


Por fim, o Jacob's Creek Reserve Cabernet Sauvignon Vintage 2009 da região de Coonawarra. Esse, pelo mesmo preço do anterior, estava um tanto mais ácido e amargo que o Shiraz, lembrando azeitonas, menta e rúcula (tá, a parte da rúcula é brincadeira). Não é um mau vinho - eu escolheria ele toda vez contra qualquer vinho chinês que já bebi - mas perto do Shiraz, que estava mais equilibrado entre taninos, amargor e acidez, decepciona.
Segue o site da Jacob's Creek (http://www.jacobscreek.com.br/home). 


Resta dizer que cada garrafa foi num dia diferente.
E se algum leitor achar um desses danadinhos numa loja brazuca, pode comentar o preço, porque fiquei curioso. 
Algo me diz que vou voltar à Austrália mais vezes, nem que seja só com a taça.


General

Um Dal Pizzol Tannat 2007, pra mostrar quem manda!

Num dos raros fins de semana de folga desse ano, a patroa me informa que eu preciso ir ao mercado para umas pequenas compras de última hora. Como minha única opção à pé é o mercado Zona Sul, ela sugere que eu também traga algumas coisas pro lanche da noite.
Pra mostrar quem manda nessa casa, eu fui. Muito contrariado. Mas ao fechar a porta, já começava a elaborar uma contrapartida, que obviamente estaria na prateleira de vinhos do Zona Sul.
Chegando lá, logo na frente de caixa já vi algo que mudou meu humor. Toda a linha Dal Pizzol, a do rótulo amarelinho, estava em promoção por R$29,90. E como eu já estava de olho nesses caras há algum tempo, peguei esse Tannat. Muito mais pelo ano (2007), do que pela uva. Fiz minhas compras e voltei pra casa com o dever cumprido e a recompensa numa sacola plástica.

Quem é que manda aqui, meu chapa?
Depois de um chóque térmico rápido, despejei no decanter o líquido escuro da garrafa, aerando e filtrando a criança. Um aroma agradável e de média intensidade, com um leve queimado por cima da fruta, surgiu depois de uma sacudida no decanter. Fiquei animado.
Harmonizado com sanduíche de salame e queijo bola, o meu Tannat fez bonito. Gostoso na boca, onde nada incomodou, repetiu o queimado do nariz. E o álcool (13%) felizmente não pulou na frente de ninguém.
Deixei um tanto na garrafa pra noite seguinte. Foi quando percebi na taça uns resíduos cristalizados, bem miúdos, que não haviam na noite anterior devido passagem na peneirinha do aerador, imagino.

O fato é que, por 30 pratas, esse Dal Pizzol Tannat pra mim já é uma alternativa interessante aos nossos vizinhos porradeiros que ainda mandam nessa faixa de preço. 


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Trio Reserva 2007 Cabernet Sauvignon, Cabernet franc, shiraz



Comprado na Cadeg por aproximadamente R$32,00, este Trio 2007 é centroavante artilheiro do time do custo-benefício. Ao se desvencilhar da rolha sintética que o prende, já emana um belo aroma de frutas pelo ambiente. 
Na boca está redondo. Meio curto, mas gostoso. Com esse preço, podemos classificá-lo como um vinho de dia-a-dia de responsa! E numa noite com outras feras, ele poderia abrir os trabalhos causando alguma surpresa. Há inclusive um sério problema de evaporação nesse exemplar, pois a garrafa vai embora rápido. 
Se a patroa curte um vinho de nariz intenso, esse vinho vai agradá-la em cheio. É bem melhor que o outro Trio, o que leva Merlot.

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House of Morandé 2003. O sobrevivente.


Dia 25 de dezembro de 2010. O Almoço de Natal, pós-ressaca do dia 24, foi na casa do Polaco. Sempre ele.
Na noite anterior eu não havia detonado não. Passei o Natal com minhas meninas tranquilamente em casa. Só havia tomado uma garrafa de espumante com minha amada. Bem, ela só tomou meia tacinha...
Mas o Samurai, esse sim, havia exagerado. Chegou na casa do Polaco com aquela cara de "prometo que nunca mais vou beber na vida". Todo mundo que está lendo certamente sabe o que é isso.

Mas não há nada como um dia após o outro. Como era uma ocasião especial, e a patroa do Polaco tinha preparado uma verdadeira farra gastronômica, eu levei o vinho mais importante que eu tinha na adega. E fiquei muito orgulhoso ao saber que ele seria aberto exatamente na época em que eu havia planejado. Sim, há um tempo atrás eu anotava no rótulo quando abrir o vinho, para que pudesse usufruir de alguma evolução em garrafa e evitar assim o famoso "Infanticídio".
O House of Morandé 2003 foi o único vinho que sobreviveu às minhas tentações. Na garrafa do top chileno, estava escrito no rótulo : "Abrir em 2010/2011". Eu não poderia ter sido mais preciso.

Decantamos  o vinho, antes do Samurai chegar. Linda cor a do House. Pra mim, esse é um top chileno que tem alguma coisa de "velho mundo". Nada nele sobra. O nariz é bem agradável sem ser espalhafatoso. Kung Fu? Só se for Tai chi chuan, pois é realmente um vinho equilibrado esse aí. Uma curiosidade é que a vinícola mudou o rótulo do vinho, esse é diferente do 2001, que tomamos há um tempo atrás.
Muito bom o 2003. Mas comparando com aquele 2001, que estava mais redondo, acho que esse vinho poderia ter ficado mais uns dois anos na masmorra.


Tudo bem. O importante é que pelo menos uma vez, valeu o que tava escrito.

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