Antes de ir
pra Amerikolandia, Doutor me pediu que fizesse uma pesquisa sobre lojas e
barganhas em NYC. A loja Sherry-Lehmann é famosa e possui um site com seus
preços e promoções do momento. Lá constava que havia algumas garrafinhas do Almaviva da safra 2006 por menos de 50
Obamas. Uma pechincha que deixaria qualquer chileno com inveja.
Doutor comprou duas. Uma ele matou lá mesmo com a Doutora. A outra meia garrafa desembarcou na casa do Polaco. Para nossa alegria!
Doutor comprou duas. Uma ele matou lá mesmo com a Doutora. A outra meia garrafa desembarcou na casa do Polaco. Para nossa alegria!
Pois bem, o casal de doutores iria nos encontrar no QG principal do WineLeaks para
abatermos juntos essa meia garrafa. Claro que meia garrafa nos daria direito a
somente uma tacinha miúda do caldo. Portanto, abri com o Polaco, antes dos
doutores chegarem, uma garrafa desse Alto de Terra Andina Reserva 2002, adquirida numa
promoção surreal na Grand Cru. A Vinci é a importadora dos Terra Andina. Não me
pergunte como foram aparecer vários bons rótulos dessa vinícola na loja da
Grand Cru, com preços ridículos (17,90 dilmas, contra os atuais 70,64 da
Vinci). Esse daí nem existe mais. Evoluiu pra linha Altos, que é de muito boa
qualidade.
Ao abrir a
garrafa, a primeira surpresa. Havia dois lacres. Um por cima do outro. Mal sinal. Eu diria péssimo,
não fosse o perfeito estado da rolha. O vinho estava inteiro, parecendo um
europeu. Halo bem avermelhado e claro. Nariz elegante e trazendo frutas secas e
alguma doçura. Boca já descendo a ladeira, mas ainda vivo. Bem vivo e
interessante.
Doutor chega e o prova às cegas: " É um Gran Reserva espanhol". Belo tiro, mas na água. Assim como ele, a doutora gosta muito do que tem na taça. Quando viram a garrafa, ficaram surpresos, claro.
Doutor chega e o prova às cegas: " É um Gran Reserva espanhol". Belo tiro, mas na água. Assim como ele, a doutora gosta muito do que tem na taça. Quando viram a garrafa, ficaram surpresos, claro.
Fomos então pro Almaviva 2006. Nós tivemos a oportunidade de provar o 2007 na vinicola,
em 2010. E naquela época o bicho tava cabreiro demais. Só briga. Era evidente que precisava
de um bom tempo numa masmorra para se mostrar grande. Esse 2006, em 2012 ainda
está puxado. Mas é um infanticídio tolerável, pois o vinho, apesar de muito
potente, já desfila nas taças sua grande qualidade.
Seria até injusto
compará-lo com os outros tops que passaram em nossas taças recentemente.
Almaviva é um vinho de guarda assumido. Ainda não foi dessa vez que o pegamos
no tempo certo.
Esperamos que não nos falte oportunidades.
B K 7 2