Reunião com o chefe no Symposium


Toda vez que um chefe chama seu subordinado pra uma conversa é motivo de preocupação. Porém no meu caso, meu chefe, o Dr. Bridges, me convidou pra irmos ao nosso winebar favorito, o Symposium, em Laranjeiras. Levei o Polaco comigo, pois como ele é paciente do Bridges, estaria bebendo sob supervisão médica, o que lhe permitiria abusar. 
O Bridges é chegado num espumante e por sugestão do nosso anfitrião José Hodara, fomos de Cave Geisse. Muito boa, poderia estar mais gelada. Boa perlage e bem leve. Não pesa nada. Ideal pra começar os trabalhos.
Seguimos num comparativo de merlots. O Terra Andina merlot 2008 (uma das melhores relações qualidade x preço na opinião do guru do Polaco, o falecido Saul Galvão) e um Ecos de Rulo 2008 merlot. Os dois vinhos muito bons. O Terra Andina, mais barato, é um pouco mais rústico, taninos briguentos apesar de ser merlot. Um pouco alcoólico, mas nada comprometedor, e persistente. Vai melhor com comida. 
O Ecos é mais elaborado e equilibrado, porém bem mais caro. Taninos mais calmos e madeira mais presente, assim como o aroma. Mais fácil de beber sozinho. Bem Gostoso. Se me perguntar se vale a diferença de preço, acho que não. No decorrer da comparação, chegou a Doutora, que, como sempre, gostou dos dois e ajudou a dar uma baixa nas garrafas. Os vinhos foram acompanhados da tábua de frios e do haddock. 
E quando pensávamos que tudo estaria terminado, o Bridges sugeria um vinho de sobremesa. Tomamos o Tuniche late harvest 2010, riesling-gewustraminer. Excelente vinho de sobremesa e bom preço. Peço que me desculpem, mas não sei detalhar bem esse tipo de vinho, só sei que gostamos muito. Tanto que cada um levou uma garrafa pra casa.

E pensar que tudo começou com uma chamada do chefe pra conversar. Por essas e outras que eu gosto do meu emprego.

Doutor

Chateau Pesquié... Magnum!

O Doutor é freguês assíduo da importadora Nova Fazendinha, que tem como um dos seus mais badalados vinhos, já há algum tempo, o esquisitão aí da foto. Entra ano e sai ano, ele ganha carregadas tintas da caneta Parker. E a safra 2010 do Chateau Pesquié Terrasses, então, deitou cabelo! Para a indignação de muitos.
Como notas e avaliações precisas e inteligentes não são o nosso forte, e sim o esvaziamento exacerbado de garrafas, nesse mês carnavalesco abri logo uma magnum do controvertido vinho. Essa ganhei do Doutor no meu aniversário (as Garrafonas estão definitivamente na moda por aqui). Derrubei-a com a ajuda da minha dupla de judeus favorita: Jujuba e Bin Laden.
Pra começar, a caracteristica mais marcante desse vinho é o efeito que ele causa na boca. Há uma aspereza fazendo um carinho de leve na lingua que, em alguns momentos, nos faz imaginar que estamos bebendo um frizante. Muito agradável. E essa caracteristica já vem desde as primeiras garrafas que provamos desse cara, de safras anteriores.
No mais, é um vinho de corpo medio pra leve, novo, fresco e frutado.  Desce muito fácil e tá prontinho hoje. Custo-benefício matador, ainda mais se levarmos em conta o fato de ser um vinho francês.



Vá sem grandes expectativas e sem má vontade. Deixe os preconceitos do lado de fora da taça e caia dentro!




                                    B


                                    K


                                    7


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Mais um congresso. Mais uma Magnum


Para um bom Doutor que gosta de se atualizar, nada melhor do que um congresso.
Fomos eu e o Dr. Sucupira pra Orlando, EUA. Dessa vez sem o Polaco que está com a vesícula podre. Ao chegarmos no aeroporto de Houston, o Sucupira já tava desesperado atrás de um vinho. Foi quando encontramos um winebar de primeira, o Le Grand Comptoir onde tomamos alguns bons exemplares, o que acalmou a fera.
A noite, em Orlando, por sugestão do Sucupira, fomos jantar no Olive Garden, que é uma cadeia de restaurantes boa e honesta nos EUA. Tomamos, por sugestão da garçonete, o vinho da casa. Um italiano num garrafão Magnum chamado Principato 2010 Rosso. Custava cerca de 35 obamas a garrafa e 07 obamas a taça.

A moça não nos conhecia e desaconselhou que comprassemos a garrafa. Seguimos o conselho e acabamos tomando 3 taças cada um, o que nos permitiu descrevê-lo. Vinho de médio corpo, taninos moderados, madeira imperceptível, bem frutado e equilibrado. Não era muito persistente, o que nos forçava a tomar mais dele. É um vinho pouco complexo que vale a pena ser bebido.
 
Harmonizou bem com o nosso congresso.


Doutor