Pechinchas no Rio - Será que ainda dá tempo?

Nessa época do ano, nada melhor do que um postzinho com algumas pechinchas, certo?
Como visitamos recentemente a Cadeg, que sempre é a campeã em bons preços, natural que a maioria dos destaques sejam de lá. Mas encontrei 3 outras boas opções nos mercados por aqui.

No Pão de Açucar, a linha Casillero del Diablo está saindo por R$26,90. Eu destaco o Carmeneré. Mas sou suspeito. Comprei alguns Casilleros diferentes pra festa de 3 anos da minha pequena o Carmeneré 2010 era o destaque, seguido do Malbec. Pro dia a dia, é um clássico;

Melhor ainda é a promoção do Prezunic. O Trio Merlot/Shiraz/Cabernet sauvignon está saindo por R$26,70. Mais barato que na Cadeg. Entretanto, é só esse aí. Na minha opinião, o outro (Cab. Sauv., Shiraz e Cab. Franc) é bem melhor. Mas fica a dica pros que gostam desse;

Já no Zona Sul, o Primus 2008, que andou rondando a casa das 40 Dilmas, está aindo por R$33,90. Como é da safra que coleciono, já aproveitei a promoção e comprei uma garrafa. A promoção é só pra quem tem o chaveirinho de cliente Zona Sul. Mas isso dá pra fazer na hora;

Daqui em diante é que o negócio fica bom. Mas aviso logo, quem quiser visitar a Cadeg pra comprar vinhos e comer num dos seus restaurantes, convém evitar os finais de semana. Em dia de semana o negócio já tá complicado. Uma mesa no Barsa, até às 12:30h, é possível. Depois disso, melhor escolher outra opção. A loja Arte dos Vinhos, nossa favorita, está com ritmo frenético! Talvez alguns desses relacionados abaixo estejam esgotados, enfeitando cestas de Natal ou adeguinhas por aí.

Esses dois portugas aqui do lado postei especialmente pro meu amigo Leigo Vinho, pois sei que ele gosta. Covardia em dose dupla, mas ele merece. Quem sabe assim ele e o Recruta Zero Berto dão as caras por aqui. Não entendi a diferença de preço entre as safras, mas não deve ser boa coisa;

A linha 1865, da San Pedro é sempre, no mínimo, de boa qualidade. Mas o Carmeneré e principalmente o Malbec, ambos de vinhedo único e da safra 2009, estão imperdíveis. Ainda mais por esse preço. Dá pra comprar e beber agora ou guardar até uns 3 anos. Belo presente por um belo preço;

Muitos vinhos que são da Mistral estão na Cadeg. A maioria, com preços menores. Como quase toda a linha Catena. Vale lembrar que esses preços são no cartão de crédito. Dinheiro ou débito rola um descontinho;

A novidade ficou por conta desse Dona Paula Estate Cabernet Sauvignon 2010. Um clássico da importadora Grand Cru. Não preciso nem dizer que está mais barato em Benfica do que em qualquer loja da famosa importadora aqui no Rio. Tomara que seja o primeiro de muitos;

Se seu desejo é comprar algumas das tranqueiras badaladas também conseguirá sem dificuldades. Mas pelo menos pague o mínimo possível por elas. Se quiser conhecer aquele que dizem ser o "vinho mais vendido no mercado americano", vá em frente. Mas é por sua conta e risco!


Espero que dê tempo, principalmente para os "atrasildos" (sou sempre um deles, confesso).
Corram!

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Cobos Bramare Malbec

Fizemos uma pequena comemoração aqui em casa pelo aniversário de 3 aninhos da minha filhota. Polaco e Doutor estavam presentes. Portanto, uma bela garrafa sairia da masmorra pra virar post. Em homenagem à princesa do dia, deveria ser de sua safra. A escolha foi esse Cobos Bramare Malbec Lujan de Cuyo 2008. Seria garantia de diversão explosiva.
O vinho tinha sido um presente do Doutor. Já estava comigo há um tempinho. Claro que não foi adquirido aqui nessa terra abençoada por Belzebu, onde custa 160 Dilmas (Grand Cru). Doutor deve ter pago, no máximo, a metade desse valor.
Abrimos o Hermano e colocamos no decanter, sem filtrar. Coisa de macho! Entretanto, utilizei minha tecnica de deixar o decanter repousar num saco plastico de supermercado com algumas pedras de gelo. Funciona bem pros decanters que não cabem nos baldes normais de gelo (quase todos).
 

O caldo era bem escuro. Parrudão. Tava na cara que estávamos lidando com potência pura. É daqueles que os "novomundistas" amam, e os "velhomundistas" torcem seus narizes. Já o meu nariz, percebeu no primeiro ataque toneladas de fruta madura, que se repetiam na boca, com um achocolatado e um leve amargor no final. Os 15 % de álcool estavam controlados e em nenhum momento subiram. Ponto pros caras. Madeira também no lugar. Nada de cadeirada nas costas. A fruta tava sempre na frente. E no final, sobra apenas os sedimentos no fundo da taça.

É aquela velha história, né? Dava pra guardar mais um tempinho, mas já tava bem legal quando o abrimos. O leve amargor dos taninos a gente tolera numa boa (afinal, somos muito machos!). Mas quando há acidez desproporcional, não rola.
 
Sigo colecionando safras de 2008 com potencial de longevidade para abrir todo ano no aniversário da pequena. Infelizmente as garrafas de 72, a minha safra, não cabem aqui na minha humilde adeguinha.


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O vinho do gelo canadense

E para celebrar o rompimento da barreira dos 10 mil acessos ao WineLeaks, resolvemos abrir um legítimo Ice Wine canadense.

Esse Rollingdale Pinot Gris Organic 2008, eu trouxe de Vancouver. Entrei numa Wine Store próxima ao meu hotel e perguntei para um atendente se eles tinham Ice Wines.
O Cara mandou um "Are you kidding me?" merecido, apontando para uma parede repleta de garrafinhas finas, dos mais variados tipos, com os mais variados preços. 

Esse que abrimos era um que o atendente me recomendou efusivamente. 47 dolares canadenses (uns 50 Obamas), Pinot Gris orgânico.
As garrafinhas dos Ice Wines não costumam variar de tamanho. São sempre essas pequenas e compridinhas de 200 ml. Perfeitas para um almoço em família. Servimos gelado, como recomendado pelo meu "sommelier" de Vancouver. É um vinho de sobremesa realmente diferente e surpreendente. Mesmo pra nós, que não somos grandes fãs de vinhos doces.
Pêssego, laranja e limão vêm à tona, num curto espaço de tempo na boca e no nariz. O grau alcóolico (apenas 11,3o.) e a forte densidade do caldo criam um impasse em nossas mentes.
Foi harmonizado com sorvetes, caldas e doce de leite uruguaio. Uma farra proibida aos diabéticos.
A garrafinha não durou muito. Diria até que, com tantas mulheres que haviam ao redor da mesa, não teria como ser diferente. Elas adoraram o IceWine! E o Doutor ainda deu seu veredicto: "melhor vinho de sobremesa que tomei".


Bem, se algumas vezes as altas expectativas nos derrubam o astral, é natural que em outras ocorra justamente o contrário.
E por fim, bateu até um arrependimento. Afinal, eu podia ter trazido mais garrafinhas dessas. Vivendo e aprendendo.

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"Meio" a zero.

Assim como o  futebol, o vinho muitas vezes pode ser uma "caixinha de surpresas". A expectativa, certamente, torna-se um fator preponderante na maioria dos casos. Continuando com as analogias, podemos usar agora o cinema como exemplo. Quantas vezes fomos assistir um filme do qual esperávamos muito e saímos decepcionados da sala de projeção? A noite que originou esse post estava carregada de boas expectativas, só que infelizmente elas não foram correspondidas.

Seria mais um "novo mundo" versus "velho mundo". Embate já batido, diga-se de passagem. Mas enfim, eu tinha esse Viu 1 2007, guardado na adega desde que voltei daquela invasão do Chile. Doutor tinha trazido de Chicago esse "Le clos micot" Pommard Premier Cru 2005, do Michel Picard. E o Polaco tinha a casa dele com a tradicional mesa de frios e pães caprichada pela sua patroa.
Pois bem, as estrelas foram cada uma pra um decanter, Como manda o figurino.


O Chileno, foi uma decepção. Muito minha, em particular. Longe de parecer um "ícono". Dava pra considerá-lo apenas bonzinho. Aromas presos que em nenhum momento apareceram, mesmo após 2 horas. Boca apenas razoável. Pouco encorpado em se tratando de um chilenão. Um Malbec que perde fácil pra maioria dos bons argentinos puro sangue que conhecemos. Se pegar um top então, toma surra de cipó.
 
Já o francês... Outra decepção. Pelo menos para o Doutor e Polaco. Eu já fico sempre preparado pra tudo quando há um francês na taça. Cor clarinha de Pinot, meio atijolada. Aromas mais soltos, com um defumado muito forte atropelando a fruta, que mal se percebia. Na boca era bem magrinho. Acidez um tanto alta, taninos amistosos. Era agradável, porém, todos esperavam mais. Ganhou a peleja sem louvor algum. Pelo menos custou a metade do chileno.

É provável que a nossa expectativa tenha marcado um gol contra o nosso time. E assim, temos que admitir que pela primeira vez saímos duplamente derrotados em um enoembate.

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Rompemos os 10K

Dia desses rompemos a barreira dos 10 mil acessos.
Não é nada significativo, claro. Mas é bacana saber que tem maluco pra tudo nesse mundo.

E quando eu digo "nesse mundo", tenho que provar o que estou dizendo. Somos um Blog cosmopolita.

Me lembro de já ter visto acessos oriundos até de Angola e Irã. Possivelmente eram do General, em alguma missão pacífica.

Agradecemos aos nossos queridos visitantes.
Em breve, completaremos um ano! Certamente vamos abrir alguns "posts" pra comemorar.


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Yarden Mount Hermon 2009: Shalom!

Eu já estava há muito querendo provar um vinho "Kosher". E esse Yarden, dentro das nossas possibilidades e de acordo com as boas referências, era o alvo principal. Achei-o na Lidador do Botafogo "escada" Shopping. E descobri que agora ele está sendo comercializado pelo Zona Sul, que vende a safra 2010 por 79 pratas. Logo, fiz um negócio que qualquer judeu ficaria com inveja, pois adquiri esse Yarden Mount Hermon 2009 por 65 Dilmas.
E fui degustá-lo com dois colegas judeus que são também enófilos. O já conhecido Jujuba, parceiro de algumas roubadas, e o "Bin Laden". Coitado... Juro que esse apelido não é de minha autoria. Mas a barba protuberante e o fato de ser um judeu mais engajado, fizeram com que fosse inevitável. Coisa de carioca, certamente.
O vinho é um corte de Cabernets (sauvignon e franc), malbec e petit verdot.Com 14% de álcool, possui uma cor mais translúcida de tons avermelhados, lembrando mais um estilo velho mundo. Bons aromas, comportados, que agradam já de início e evoluem um pouquinho com o tempo de respiro. Na boca é bem gostoso. Leve e equilibrado. Nada fora de lugar. Esse 2009 tá redondinho.
Os judeus aprovaram com veemência. Mas sem surpresas, pois segundo eles, não apenas os vinhos, mas qualquer produto Kosher (manuseado apenas por judeus na elaboração) segue uma série de regras rígidas e geralmente por isso possui uma qualidade garantida. Só pra constar, a parte de cima da rolha é protegida por uma tampinha roxa, abolindo o lacre e permitindo a visualização da rolha através da garrafa.

Ontem mesmo comprei uma garrafa do 2010 na nova loja do Lidador, no Rio Sul (a do "Escada" Shopping fechou), ainda por 65 Dilmas. Vai ficar um ano na masmorra sob rígidos cuidados e sequer será manuseada até lá.

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Rei nas terras de cegos: Seña 2003


Quando o Doutor voltou de Chicago, trouxe em sua bagagem um dos vinhos mais badalados do momento. Um sulamericano que anda aprontando pra cima dos bambas franceses em degustações às cegas mundo afora, chutando a retaguarda de todos que cruzaram seu caminho sem a menor cerimônia. Por 65 Obamas, o Seña 2003 foi adquirido em uma loja especializada em vinhos na cidade americana. 
Preparamos então uma noite especial para abrir essa garrafa. Chamamos o Samurai, mas como ultimamente ele anda muito ocupado, acabou fazendo Forfait e perdeu essa. Éramos então somente eu, Doutor com a Doutora, o Polaco e sua patroa. Essa última preparou como sempre uma mesa caprichada com frios e pães.

O vinho foi pro decanter e por lá ficou por pelo menos uma hora. A cor era fechada, mas com reflexos avermelhados nas bordas revelando já uma evolução. Aromas muito intensos e cheios de nuances não deixavam nenhuma dúvida de que o negócio ali era barra pesada!

Na boca era um torpedasso delicioso onde a fruta e a madeira, ambos no talo, estavam integrados de maneira impressionante. Era Kung Fu da melhor qualidade possível. A grande virtude desse vinho parece ser justamente isso. É esse "excesso controlado" e harmônico, criando um caldo irresistível e de sabor interminável. Provavelmente esses 6 anos de garrafa lhe deram aquela arredondada matadora que fez uma grande diferença. Estava no ponto esse 2003.
Doutor então resolveu fazer uma covardia. Pegou um Notas de Guarda Carmeneré 2008, que estava guardado na adeguinha climatizada do Polaco e botou na roda. Foi prum decanter pra ser "comparado" com o finalzinho do Seña.
De cor também fechada, mas puxando praquele clássico violeta nas bordas, o Notas de Guarda não foi páreo pro Seña. Mesmo assim eu gostei muito e fiz alguns elogios ao Carmeneré da Santa Helena, enquanto os outros apenas teciam loas à estrela da noite. Ok, eu apenas não queria ser tão injusto. Espero poder degustá-los novamente, em outra situação.



Doutor viaja para a Americolândia de novo no fim desse mês. Vamos ver o que ele vai trazer na mala dessa vez.



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Parrillada a trabalho em Porto Alegre

Estive em Porto alegre no último final de semana para compromissos profissionais e resolvi seguir a dica dos meus colegas, que sempre estão indo pra lá à serviço, e fui conhecer a tão falada Parrilla del Sur. Uma casa de churrasco, obviamente, mas de origem uruguaia. Lá, o esporte praticado diariamente é a Parrillada. Num enorme forno à lenha, há uma enorme grelha inclinada, com uma quantidade enorme de variados tipos de carne. Você escolhe a(s) peça(s) que quiser. Não é rodizio.
 
E acertei um supercombo indo no domingo. O Entrecot sai por míseras 9,90 Dilmas nesse dia. E pra completar havia uma promoção do Punto Final 2009 etiqueta preta por 39,90 pratas. Preço de loja. Pode pesquisar aí pela internet.
A carne veio no ponto. Muito suculenta e muito macia. Deliciosa. Os molhinhos chimichurris que ficam na mesa são ótimos. Um deles, puxado na pimenta.
O vinho, que já conheço há um bom tempo, tava na medida. Malbec simples e bem feito. 14o. de álcool vinham quentes, mas só na boca. Escoltou firme o pedaço de boi que estava à sua frente. 

Só de pensar em ambos já me dá água na boca e vontade de voltar à Porto Alegre. Mesmo que a trabalho.

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Relíquias do Baú do Noruga

Dia desses recebi um e-mail do grande amigo Noruga, que já andou frequentando alguns posts deste Blog. No e-mail ele dizia que seu pai tinha acabado de jogar fora um bar daqueles grandões antigos e que havia uma boa quantidade de vinhos, também antigos, dentro dele. Noruga resolveu guardá-los e me enviou em anexo as fotos de alguns deles, pra saber se havia alguma chance de estarem bons. 
  
Fiquei embasbacado com algumas das fotos. Tinha um bocado de vinho interessante que, mesmo estando mortos, funcionariam perfeitamente como ornamentos pra quem tem uma adega bacanuda. Eu os deixaria expostos numa prateleira especial, pois entram na categoria "relíquias inusitadas". Havia também alguns que talvez estivessem bons, como aquele vinho do Porto que abrimos no meu aniversário.
 
Vou postar aqui alguns dos exemplares interessantes que recolhi do "Baú do Noruga".


Dal Pizzol Gamay Beaujolais Primeur 2000. O "Seu Sérgio", pai do Noruga, que tinha ganho essa garrafa especial e personalizada, não devia ser muito fã de Gamay. Ou então era um sujeito muito otimista com relação à longevidade dessa casta. As chances desse vinho estar vivo são mínimas. Melhor deixá-lo como relíquia e inventar uma história bonita sobre "Seu Sérgio" e sua grande paixão por Gamays feitos na Serra gaúcha;

Josef Friederich, Rheinhessen... 1983. Pela garrafa, dá pra saber que era um vinho branco. Provavelmente daqueles que fizeram fama (negativa) nos anos 80 por aqui. Mas isso não importa. Trata-se de um vinho de 1983, meu chapa... E com um  rótulo dourado já todo desbotado.
Um verdadeiro Troféu! 
 
 

Calamares vinho verde. Esse aí fiz questão deixar enfeitando minha prateleira de bebidas do móvel da sala. Uma garrafa do glorioso Calamaris, provavelmente dos anos 80, ou talvez do final dos anos 70, cuja tampa é de metal, como se houvesse um refrigerante ou cerveja ali dentro. O líquido, com o passar das décadas, acabou se transformando num "vinho tinto". A alquimia do tempo e essa tampinha de metal me conquistaram. Esse é meu.

O cunhado do Doutor recentemente montou uma adega subterrânea em sua casa no interior do estado do Rio. E ela agora será a morada definitiva das relíquias do Baú do Noruga.


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A noite do Amarone do General: Cesari Bosan 1998

Continuando com as comemorações por mais um ano de vida deste escriba, organizamos uma degusta de italianos na casa do Polaco. E desta vez com a presença do Samurai, que já andava meio sumido das nossas enofarras.
Eu estava já há um ano com essa garrafa do Amarone Cesari Bosan 1998, que me foi mui carinhosamente oferecida pelo grande amigo General, justamente em meu último aniversário. Minha idéia, claro, era poder abri-la junto com esse aventureiro nômade. Mas suas aventuras pela China têm se estendido muito. E o Amarone, como poderão ver adiante, já estava em sua hora.
 

Samurai chega com esse Valpolicella Ripasso Capitel della Crosara 2009. Ele havia pedido esse vinho no Artigiano e gostou tanto que foi atrás do importador pra adquirir umas garrafas. Depois de muita luta (o importador não queria atendê-lo pois só vendia pra restaurantes), Samurai venceu a batalha e conseguiu comprar uma caixa por aproximadente 55 Dilmas a garrafa. Realmente, o vinho agradou muito e valeu o esforço para consegui-lo. Cor fechada, com poucos reflexos claros. Nariz perfumado logo que se abre a garrafa. Na boca tem um corpo médio e equilibrado que desce com uma facilidade impressionante. Esse 2009 já tá cheio de vontade de ser bebido. Curioso que o Doutor se lembrou de um e-mail que havia recebido do Dr. Pellé, dizendo que havia tomado um ótimo vinho italiano no Fiorino. Quando conferiu no celular, estava lá a foto desse Capitel della Crossara anexada no corpo da mensagem do Pellé. No dia seguinte, o Samurai acabou nos presenteando com mais uma garrafa pra cada um de nós. Incluíndo o Pellé.
 

Fomos então pra grande estrela da noite, que já estava respirando no decanter aguardando sua vez. Pelo estado da rolha, pode-se perceber que por muito pouco não perdemos esse vinho. A infiltração estava a milímetros do topo. Impressionante! Na taça a cor era escura, porém não totalmente opaca e os tons avermelhados eram bem presentes. Os aromas, sem serem explosivos, eram de boa intensidade e muito doces, lembrando muito um vinho do Porto. O que me fez recordar imediatamente daquele Dom Melchor de 20 anos que provamos na Concha y Toro. A boca repetia o nariz, trazendo a fruta com um leve doce ao fundo. Os taninos já eram anjos no céu. Estava ainda muito bom esse Amarone. 
Uma experiência e tanto beber um vinho estruturado e já evoluído com anos de garrafa como esse aí. Doutor mais uma vez achou que a pouca permanência e o corpo leve, davam sinais de que seu auge já tinha passado. Sim, é verdade. Mas ainda era um grande vinho na taça, com ótimo equilíbrio e nenhum sinal de que ali havia 15,5o. de teor alcoólico. Uma beleza!
 

Finalizamos com esse Barolo Brovida Cordara 2006, que o Polaco adquirira recentemente na Cadeg. Novidade por lá, ao custo de 105 Dilmas, o que nao é nada mal para um Barolo. Esse ainda é um bebê, com a acidez ainda no talo e cheio de vida. Já agrada aos que gostam de uma boca bem cheia, sem dúvida. Mas pra mim, é vinho pra dois aninhos de masmorra.
 
E ainda tínhamos uma grande surpresa pro final...


A história desse Porto Ferreira Tawny, de aproximadamente 20 anos de guarda, será contada em outro post, junto com algumas outras preciosidades que caíram em nossos colos recentemente.
Não sabemos ao certo quantos anos ele tinha. Não há indícios na garrafa. Mas fomos com muita esperança e cuidado extremo ao abri-la. O que não adiantou muito, pois a rolha se desfez enquanto o Doutor tentava retirá-la. Depois de algumas manobras, o porto foi para as nossas taças e estava muito bom. Em perfeito estado! Cor clarinha, quase um vermelho, cheio de reflexos alaranjados. Muito aromático. Um tiro de sobremesa pra fechar a noite.


Por duvidar do tempo de integridade que o restante da garrafa desse porto teria, acabamos dividindo entre nós quatro usando as garrafas recém esvaziadas, o que sobrara desse porto.
E assim, terminamos mais uma celebração. Não posso deixar de agradecer mais uma vez ao General pelo Amarone e lamentar sua ausência nesse evento. E encerro citando uma famosa frase de autor desconhecido (pelo menos pra mim):

 
"Com o passar dos vinhos, os anos ficam melhores"





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Viva! No Outback não se cobra "rolha".


No primeiro evento comemorativo pelo aniversário deste que vos escreve, fomos à outro de nossos restaurantes favoritos. O indefectível Outback. E para minha agradável surpresa, descobrimos que lá não é cobrada a tão discutida "rolha". É isso mesmo! No Outback você pode levar seu vinho pra comemorar seu aniversário e ainda ganha aquela sobremesa de presente. Isso pelo menos, no Outback do Plaza Shopping, em botafogo.
Escolhi então levar esse Terrunyo Carmenere 2007. Que já tínhamos provado numa degustaçao memorável no wine bar da própria Concha y Toro. Ja sabia que era tiro certo. Fiquei imaginando como seria o casamento entre a famosa costela de porco do Outback com esse carmeneré.
 

Quando cheguei no recinto com minha princesa e minha rainha, Polaco e Doutor já estavam lá, matando um Catena malbec 2008. Cheguei a tempo de prová-lo. Sempre correto, safra a safra mantendo o bom padrão. Por aqui costumamos chamá-lo carinhosamente de Cateninha.

E fomos então para o Terrunyo. Cor fechada puxada pro violeta. Clássica dos carmenerés. Nariz explosivo cheio de fruta madura muito bem casada com a madeira doce. Delicioso em boca. Macio e redondasso! Harmonizou com o que apareceu na frente. E o melhor de tudo foi o preço que paguei: 32 Obamas (maomeno 57 Dilmas) no Freeshop do Panamá. Mais barato que na própria vinícola. Não vou nem estragar o post dizendo quanto se cobra por esse vinho aqui nessa terra abençoada por Belzebu. Prefiro ficar com o preço do Panamá mesmo.

No fim das contas, foi uma ótima celebração. Certamente voltaremos ao Outback com outras boas garrafas embaixo do braço.



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Uma dupla de Vernuses no Plataforma


Numa dessas quintas-feiras passadas, fomos ao restaurante Plataforma, que possui um menu especial executivo durante os dias de semana. Além disso, nas quintas, todos os vinhos da boa e honesta carta do restaurante têm desconto de 25%.
O couvert já impressiona pelo delicioso pãozinho de queijo, que parece sempre ter saído do forno naquele minuto. Aqui no Rio, não há paozinho de queijo melhor! No menu executivo (50 Dilmas), composto de entrada (duas opções de saladas), um grelhado com um acompanhamento e uma sobremesa (pudim, tortas, frutas, etc). Nos grelhados, há opções como o ótimo badejo, o bife de chorizo, um baby beef e uma picanha. Nos acompanhamentos, a grande estrela é a sensacional batata suflê. Aquela que parece um pastelzinho de vento.
Como estavamos em sete, acabamos tendo que esvaziar duas garrafas nesse almoço. Escolhemos uma dupla de Vernus, da Santa Helena, para escoltar nossos grelhados. O Vernus Blend 2007 estava no ponto. Ótimo corpo que enchia a boca e que estava ideal pra quem pediu uma carne suculenta.
O vinho é um corte de cabernet, merlot e carmeneré que agradou bem mais que o Vernus syrah 2008
Também corpulento, até mais que seu irmão, mas menos ajeitado e mais agressivo. Merecia um tempo no colégio interno para aprender boas maneiras. Não desagradou, mas o Blend estava bem melhor. Tanto que o Polaco até o adquiriu posteriormente em uma de suas idas à Cadeg, onde custa em torno de 50 pratas. No restaurante, com o desconto, custou 66 Dilmas. Nada mal.

O Plataforma passou a ser nosso restaurante favorito para as quintas-feiras especiais.



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A liberdade com um Odfjell Orzada 2005


Em mais uma promoção de queima de estoque de uma grande importadora, nesse caso, a World Wine, adquirimos algumas garrafas desse Orzada Cabernet Sauvignon 2005, da chilena Odfjell, pela bagatela de 47 dilmas e meia cada.
É muito bom saber que um vinho desses, de uma excelente safra no Chile e que agora está no auge, encalhou e virou promoção. Custando quase que o preço original em seu país. Sumiram os impostos?
Bem, essa garrafa da foto foi aberta após enoabstinência causada por mais uma crise de hérnia de disco, que me travou e me obrigou a ficar de molho uma semana tomando remédios. Não sei se esses dois fatores (a abstinência e a promoção) influíram na minha avaliaçao, mas o vinho estava bom pacas!
 
Aromas intensos e agradabilíssimos com destaque pra fruta madura e um tenro chocolate, iam evoluindo e ficando cada vez melhores com o respiro. Na boca, macio e de uma redondeza quase perfeita. O primeiro gole desceu como se fosse um grito de alforria.


Infelizmente as garrafas desse 2005 estão esgotadas. Pelo menos no site da World Wine. Se você achar alguma por aí ou tiver guardada alguma na adega, pode mandar ver!


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Conde de ValdeMAGNUM!!!


Continuando com uma outra Magnum, o Conde de Valdemar Reserva 2004 também foi aberto na ausência do BK72, num almoço na casa do Polaco. Esse também estava sensacional. Bem diferente do argentino, esse espanhol tinha uma cor vermelha mais pra tijolo, não parecia muito aromático (como já disse, aromas não são meu forte). Quanto ao gosto, é bastante agradável, equilibrado, com taninos leves e pouco presentes. Não muito persistente.
Não é um vinho com grande personalidade, que marque o bebedor. Mas é bem gostoso e pouco exigente, podendo ser tomado sozinho sem problemas. Seria o vinho ideal para quem quer começar a se aventurar nesse mundo.

Perdeu, BK.

Doutor

A Magnum do Bcrux 2002 da família

Uma das coisas boas em ser parente do BK72 é que no Natal ele costuma (e espero que continue assim) enviar uma cesta com guloseimas. Numa dessas, eu recebi um argentino Bcrux 2002 Magnum e polaco uma garrafona do espanhol Conde de Valdemar. Uma outra curiosidade da nossa família é que quando ganhamos essas garrafas especiais (magnum, vinho premiado ou muito caro) costumamos tomar juntos. A Doutora, por sua vez, não respeitou a regra. Pegou a garrafa, disse que ganhou de natal e que era dela(???) e levou pra tomar em sua cidade natal. Eu e o polaco fomos atrás da garrafa, e valeu a viagem. A cor é aquela mesma de quase todos os vinhos sulamericanos, um rubi puxando pro roxo, aroma de frutas vermelhas com uma pitada de queimado. Perceber aromas não é o meu forte, e sim, o da ladra de garrafas. 
O sabor é que surpreendeu. Vinho muito gostoso, equilibrado e persistente. Os taninos argentinos estavam presentes, mas não violentos como de costume. Pareciam cansados, no ponto exato para consumir. 
Sempre prefiro blends pois acho que fica mais fácil equilibrar um vinho com várias uvas e esse era Tempranillo 60%, malbec 20% e merlot 20%, e por incrível que pareça, era possível sentir as caracteristicas das três uvas nele. Um vinhaço.

Como fui um bom menino esse ano, vamos ver o que o BK72 vai aprontar nesse natal. Mas já aviso logo: cunhada não é parente!

Doutor

Só uma surpresa. Tá ótimo...

Em mais um almoço de meio de semana na casa do Polaco, surge uma garrafa de vinho na minha frente. Meu anfitrião não sabia como essa garrafa tinha chegado à sua adega. Se tinha sido presente, se havia comprado no Free shop em uma de suas viagens ou se era uma das muitas garrafas adquiridas na Cadeg. Sua memória havia apagado completamente a procedência desse Só Touriga Nacional 2005. Mas pelo ano, parecia ser um portuga no ponto.

Eu tampouco conhecia esse gajo. E examinando o rótulo, não dava pra descobrir muita coisa. Era um vinho da  Bacalhôa, que faz o "Quinta". Bem manjado por aqui. Era um varietal de Touriga Nacional (mas isso estava na cara, ó Pá!). E era um vinho que "depois de uma vinificação clássica, estagia em barricas novas de carvalho".
Pois muito bem. Livramos a garrafa de sua rolha e partimos pra dentro. Cor escura, bonita. Aromas soltinhos logo de cara. O primeiro gole me fez perguntar mais uma vez ao Polaco de onde tinha vindo essa garrafa. "Não sei mesmo. Não lembro. Achei que pudesse ter sido você".

A sensação de ser surpreendido por uma garrafa de vinho é muito boa. Eu honestamente imaginava que fosse um vinho da linha básica da Bacalhôa. Deixei-me enganar pelo nome e rótulo prosaicos. Mas o caldo estava muito bom. E foi melhorando com o respiro, claro. Peguei então o telefone pra tentar alguma informação rápida na internet. Achei o vinho à venda por 115 Dilmas. Uma pena, pois ainda tinha esperança de ter achado um craque do time do custo/benefício.

Paciência. Restou-me o prazer de estar tomando um belíssimo vinho no lugar de um vinho de dia a dia. E é só!
         

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"Las Perdices" para dois condenados

 A vinícola Las Perdices já é manjada por aqui devido ao seu Malbec, que custa por volta de 50 Dilmas e que acho caro pro que oferece. Ainda mais se comparado à infinidade de outros Malbecs nessa faixa de preço, ou até mais baratos, que os hermanos mandam para nosotros.
Mas esse cara aí é um Shiraz "batizado" com 7% de Viognier. Sim, uma uva branca no corte. Isso já me deixou curioso, mas não muito animado. Mesmo assim deixei vir a remessa de 4 garrafas (R$39,90 cada) da Sociedade da Mesa. Uma ficou com um colega do trabalho. Para as outras, meu plano era tomar essa aí da foto, dar uma pro Polaco e jogar a última no calabouço. Já que estamos falando de um 2010.
Ok, a da foto foi derrubada com a ajuda do Jujuba, numa noite onde a abertura de uma garrafa de vinho se fazia necessária, por razões nada agradáveis. Essa parece ser nossa sina ultimamente. A maioria das pessoas abrem um vinho para celebrar, comemorar, degustar... Eu e Jujuba não. Nosso caso lembra mais o do sujeito que vai pro paredão e lhe perguntam qual seu último pedido.
Enfim, o vinho foi aberto e, antes que evaporasse de nossas taças, percebemos que era muito jovem e muito frutado. A madeira, se havia, era sutil como o homem invisível. Os aromas alegres e vivos e o corpo de médio pra leve agradam. Os taninos dão uma pontada, mas bem devagar. Não sei se tem estrutura pra guarda. Mas vou correr o risco com minha outra garrafa.
 
Porém, se eu e o Jujuba formos condenados novamente, talvez ela morra conosco.

             B               
                 K
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