Só uma surpresa. Tá ótimo...

Em mais um almoço de meio de semana na casa do Polaco, surge uma garrafa de vinho na minha frente. Meu anfitrião não sabia como essa garrafa tinha chegado à sua adega. Se tinha sido presente, se havia comprado no Free shop em uma de suas viagens ou se era uma das muitas garrafas adquiridas na Cadeg. Sua memória havia apagado completamente a procedência desse Só Touriga Nacional 2005. Mas pelo ano, parecia ser um portuga no ponto.

Eu tampouco conhecia esse gajo. E examinando o rótulo, não dava pra descobrir muita coisa. Era um vinho da  Bacalhôa, que faz o "Quinta". Bem manjado por aqui. Era um varietal de Touriga Nacional (mas isso estava na cara, ó Pá!). E era um vinho que "depois de uma vinificação clássica, estagia em barricas novas de carvalho".
Pois muito bem. Livramos a garrafa de sua rolha e partimos pra dentro. Cor escura, bonita. Aromas soltinhos logo de cara. O primeiro gole me fez perguntar mais uma vez ao Polaco de onde tinha vindo essa garrafa. "Não sei mesmo. Não lembro. Achei que pudesse ter sido você".

A sensação de ser surpreendido por uma garrafa de vinho é muito boa. Eu honestamente imaginava que fosse um vinho da linha básica da Bacalhôa. Deixei-me enganar pelo nome e rótulo prosaicos. Mas o caldo estava muito bom. E foi melhorando com o respiro, claro. Peguei então o telefone pra tentar alguma informação rápida na internet. Achei o vinho à venda por 115 Dilmas. Uma pena, pois ainda tinha esperança de ter achado um craque do time do custo/benefício.

Paciência. Restou-me o prazer de estar tomando um belíssimo vinho no lugar de um vinho de dia a dia. E é só!
         

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"Las Perdices" para dois condenados

 A vinícola Las Perdices já é manjada por aqui devido ao seu Malbec, que custa por volta de 50 Dilmas e que acho caro pro que oferece. Ainda mais se comparado à infinidade de outros Malbecs nessa faixa de preço, ou até mais baratos, que os hermanos mandam para nosotros.
Mas esse cara aí é um Shiraz "batizado" com 7% de Viognier. Sim, uma uva branca no corte. Isso já me deixou curioso, mas não muito animado. Mesmo assim deixei vir a remessa de 4 garrafas (R$39,90 cada) da Sociedade da Mesa. Uma ficou com um colega do trabalho. Para as outras, meu plano era tomar essa aí da foto, dar uma pro Polaco e jogar a última no calabouço. Já que estamos falando de um 2010.
Ok, a da foto foi derrubada com a ajuda do Jujuba, numa noite onde a abertura de uma garrafa de vinho se fazia necessária, por razões nada agradáveis. Essa parece ser nossa sina ultimamente. A maioria das pessoas abrem um vinho para celebrar, comemorar, degustar... Eu e Jujuba não. Nosso caso lembra mais o do sujeito que vai pro paredão e lhe perguntam qual seu último pedido.
Enfim, o vinho foi aberto e, antes que evaporasse de nossas taças, percebemos que era muito jovem e muito frutado. A madeira, se havia, era sutil como o homem invisível. Os aromas alegres e vivos e o corpo de médio pra leve agradam. Os taninos dão uma pontada, mas bem devagar. Não sei se tem estrutura pra guarda. Mas vou correr o risco com minha outra garrafa.
 
Porém, se eu e o Jujuba formos condenados novamente, talvez ela morra conosco.

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Em Chicago. Lá em cima.

Aproveitando as férias, fomos eu e a Doutora para Chicago dar uma passeada e tomar uns vinhos. Já tinha ido no inverno com o Polaco e fiquei com vontade de ir no verão. Em Chicago, encontrei uma das melhores lojas de vinhos dos EUA, a Warehouse Liquors, mas essa será tratada em outra ocasião.

Chicago é conhecida por sua arquitetura e seus arranha-céus. Num deles, o John Hancock, há um observatório no 94o. andar, cuja entrada custa quase 17 Obamas. A alternativa é visitar o Signature Lounge, que é um bar panorâmico com preços honestos, que fica no 96o. andar, e cuja vista é sensacional. E o que é melhor, tem vinho e champagne.

Apesar da boa carta de vinhos, optamos por tomar champagne. No primeiro dia, foi uma garrafa de Marquis de La tour, 44 Obamas. Bem gostoso, bem gelado, suave, porém sem borbulhas. Nadica de nada. Elas só apareciam quando derramava na taça. No segundo dia, tomamos uma Piper Heidsieck, 56 obamas ( MAIS BARATO QUE O FREESHOP!). Esta sim, sensacional. Já tinha tomado antes e não lembrava mais como é bom este champagne.
Muito fino e cheio de borbulhas, no estilo que o Samurai gosta. Coçando o nariz. Acompanharam os champagnes uma porção de minicheeseburgers e um sandwich de roast beef.

Infelizmente não fomos no restaurante que fica no 95o. andar, o que vai nos obrigar a retornar à Chicago para corrigir essa infelicidade.

Doutor