Um tinto canadense e um capetinha bem caro.
As pessoas de Vancouver falavam pra gente que estávamos dando sorte naquela semana com o clima. Não é comum tantos dias seguidos sem chuva, mesmo no verão, onde a temperatura durante o dia gira em torno dos 24 graus e, de noite, em torno dos 18o.C. Nós não pegamos uma gota de chuva sequer e todos os dias foram ensolarados. Mas algumas noites foram um pouco mais frias.
E numa dessas fomos conhecer o tão falado Joe Fortes. Restaurante de carnes e frutos do mar! Pelo visto os canadenses gostam dessas misturas. Mas o tradicional Joe não é exatamente como o modernoso Joey. Longe disso. Ambiente clássico e requintado, garçons de terno branco e toda aquela aura vintage nos detalhes.
Todos os outros quatro congressistas famintos que estavam comigo essa noite foram lá pra comer frutos do mar, assim como eu. Mas nenhum de nós queria tomar vinho branco. Todos queriam um tinto. Ou seja, deixamos de lado os dogmas das harmonizações corretas em detrimento da nossa vontade incontrolável de beber um tinto naquela noite fria. Tudo bem. Afinal, estávamos numa cidade onde se come filet com sushi. Pegamos então um vinho canadense, o Mission Hill Pinot Noir 2009, que foi bem recomendado pelo nosso garçom.
Pedi um prato de frutos do mar que lembrava muito a nossa caldeirada. Estava ótimo. Camarões, mexilhões e um Snow Crab. Um carangueijo das neves. Cujas patas são mais ameaçadoras que o normal e é muito saboroso. Muito bem servido para uma pessoa e pela bagatela de 33,95 dolares canadenses. Não é barato. O vinho também não estava nada mal. Pinot Noir novomundista sem exageros. Acabamos pedindo outra garrafa depois que a primeira secou com uma velocidade impressionante.
Após o jantar, ainda segui com um dos colegas para um bar, do outro lado de Downtown, para encontrar com outros amigos congressistas. Cinco minutos após chegarmos, por coincidência, entra no recinto o Sr. Woody com sua turma. Ótimo, teríamos mais um pra dividirmos garrafas. Só que na raquítica "carta de vinhos" do boteco canadense nós tínhamos 3 opções totalmente desconhecidas e ameaçadoras e um velho e manjado chileno. E pra pagar 36 doletas canadenses num Casillero del Diablo Cabernet Sauvignon 2010 só mesmo numa ocasião como essa. Revendo os amigos expatriados, os amigos americanos e fazendo novos amigos de outras nacionalidades.
Acabamos bebendo duas garrafas do Casillero mais caro de nossas vidas. E como sempre, valeu a pena.
B K
7 2
Assinar:
Postar comentários (Atom)
5 comentários:
Até que pra quem não é muito chegado em um Casillero, você pagou bem, hein?
Sair daqui pra tomar Casillero no hemisfério norte só para um grande fã.
Hehe
Leigo,
Pra termos escolhido o Diablo, vc imagina o que eram seus vizinhos de "cardápio".
E eu já tomei muuuitos Casilleros. Esse capeta volta e meia está entre nós. Tá vendo?
Minha nossa! Matei uns Casilleros numa promoção aqui por 105 yuans (umas 26 dilmas). Mas é isso, com um cardápio del diablo, só mesmo apelando!
Até que o Sr Woody tá bebendo, hein?
General,
26 Dilmas tá igual ou melhor que a Cadeg.
Sr. Woody é grande enófilo e, assim como os americanos, grande fã dos Malbecs. Foi meu parceiro de taça Vancouver.
Abs
Espero que você tenha a capacidade de ter as coisas como você está, porque os vinhos são sempre uma coisa muito rica, eu acho que temos que ser capazes de provar os vinhos e restaurantes em sao paulo
Postar um comentário