Assim como o futebol, o vinho muitas vezes pode ser uma "caixinha de surpresas". A expectativa, certamente, torna-se um fator preponderante na maioria dos casos. Continuando com as analogias, podemos usar agora o cinema como exemplo. Quantas vezes fomos assistir um filme do qual esperávamos muito e saímos decepcionados da sala de projeção? A noite que originou esse post estava carregada de boas expectativas, só que infelizmente elas não foram correspondidas.
Seria mais um "novo mundo" versus "velho mundo". Embate já batido, diga-se de passagem. Mas enfim, eu tinha esse Viu 1 2007, guardado na adega desde que voltei daquela invasão do Chile. Doutor tinha trazido de Chicago esse "Le clos micot" Pommard Premier Cru 2005, do Michel Picard. E o Polaco tinha a casa dele com a tradicional mesa de frios e pães caprichada pela sua patroa.
Pois bem, as estrelas foram cada uma pra um decanter, Como manda o figurino.
O Chileno, foi uma decepção. Muito minha, em particular. Longe de parecer um "ícono". Dava pra considerá-lo apenas bonzinho. Aromas presos que em nenhum momento apareceram, mesmo após 2 horas. Boca apenas razoável. Pouco encorpado em se tratando de um chilenão. Um Malbec que perde fácil pra maioria dos bons argentinos puro sangue que conhecemos. Se pegar um top então, toma surra de cipó.
Já o francês... Outra decepção. Pelo menos para o Doutor e Polaco. Eu já fico sempre preparado pra tudo quando há um francês na taça. Cor clarinha de Pinot, meio atijolada. Aromas mais soltos, com um defumado muito forte atropelando a fruta, que mal se percebia. Na boca era bem magrinho. Acidez um tanto alta, taninos amistosos. Era agradável, porém, todos esperavam mais. Ganhou a peleja sem louvor algum. Pelo menos custou a metade do chileno.
É provável que a nossa expectativa tenha marcado um gol contra o nosso time. E assim, temos que admitir que pela primeira vez saímos duplamente derrotados em um enoembate.
B K 7 2