Traje de Gala


No Natal do ano passado, ganhei um belo vinho de presente. Belo em todos os sentidos.  Fina e comprida (não cabe na maioria das adeguinhas climatizadas) a garrafa desse Luigi Bosca Gala 1 - 2008 é  bonitona e classuda. A rolha também traz um arremate especial na ponta. Um adorno que parece servir pràqueles que têm dificuldade pra acertar a rosca no meio da rolha (quem nunca arrebentou uma rolha por má pontaria?).
Nosso amigo de codinome Baby foi quem me presenteou com essa garrafa. Aproveito esse post pra agradecê-lo. Na época não foi possível por ele estar viajando. Valeu Baby! 

Mandei o caldo pro decanter sem filtragem. Há sedimentos no fundo da garrafa e se você se incomoda com isso, convém passá-lo na peneirinha. O vinho é muito bom. O visual elegante da garrafa corresponde ao líquido escuro que carrega. Malbec cortado com Petit Verdot e Tannat, com 14,4% de álcool que sobem pro nariz se a temperatura também subir.
Mas os senões param por aí. Passa com louvor na prova de bom comportamento e já tá entregando um belo material agora, sem que os taninos machuquem. No contra-rótulo o produtor estima um potencial de guarda de 15 anos.
Não dá pra guardar uma garrafa dessas tanto tempo.

 
Ela é muito comprida, entende?


                  B 

                  K

                  7

                  2

Um General, um Samurai, um Marquês


Fico sabendo através de uma rede social muito famosa, cujo nome vou omitir para não fazer propaganda, que nosso correspondente especial na China, o General, continuava vivo e que havia retornado à sua terra natal.
A primeira imagem que me veio à cabeça foi a de uma garrafa de vinho. Que começava, lá em cima, com uma capinha onde se lia "safra histórica 2007", lá no meio do rótulo principal, em destaque, havia o nome "Marques de Casa Concha". E logo abaixo: "Carménère"!
 
General ao fundo, Samurai ao lado e o Marquês em primeiro plano

O Samurai, também pego de surpresa, foi convocado em caráter de emergência para uma reunião com nosso correspondente. Havia muito a ser reportado. Muitos assuntos a serem discutidos. Muitos planos a serem estabelecidos.
Preparei uns belisquetes e um chili, sem muita pimenta. Começamos os trabalhos pelo mar, com as novas iguarias disponiveis na Cadeg. A ostra e o polvo defumados, da Marithimu´s. Portanto, abrimos esse Trio 2009 Chadornnay, que é cortado com Pinot Grigio e Pinot Blanc. Não empolga e não compromete. Esperava aquela manteiga que enche a boca, típica dos chadornnays amadeirados novomundistas. Mas não.
 
Enquanto o chili estava no forno, o Marquês nos esperava no decanter. Esse foi um dos vinhos que guardei especialmente para quando o General retornasse. Os Marqueses de 2007 já devem estar esgotados nos revendedores há mais de ano. E a carmenere é uma de nossas castas favoritas. Logo seria um ótimo welcome back pro nosso viajante missionário.
No nariz, uma beleza. Tudo do bom e do melhor misturado criando um perfume que empurra os lábios até a borda da taça. Na boca macio. Delicioso. Um vinho no tempo, no auge. Carménère!

E veja bem, se você tem uma garrafa dessas em casa guardada esperando aquela arredondada matadora, já pode abri-la hoje. Ou melhor, hoje não, pois  já tá meio tarde. Mas amanhã faça o serviço e seja feliz. Não corra o risco de esperar mais tempo.

Não agora...

                2
           7
     K
B

O Barolo sem rolha.



No aniversário do Polaco, cujas comemorações ainda estão em andamento, resolvemos voltar ao Outback com uma garrafa embaixo do braço. Afinal, lá é um dos poucos lugares onde não se cobra a "rolha". Se é que existe algum outro aqui no Rio.
O vinho que escolhi foi esse Barolo Rivetto 2007, de Serralunga. Figurinha já conhecida aqui no WineLeaks.
Por coincidência, o nosso amigo Bianchi estava conosco tanto nessa quanto na outra vez: Sujeito de sorte! Doutor estava no hospital trabalhando e chegaria um pouco depois: Sujeito de azar!
Os Barolos de Serralunga costumam ser mais encorpados. O Rivetto segue essa linha. A cor é escura e o halo avermelhado das bordas é sutil. Sem decanter, foi pras taças. Fechadinho no início. foi melhorando e melhorando, até melhorar de vez! Como o Doutor não dava as caras, fomos comendo e bebendo. Acabamos deixando 3 dedos, magros, para que ele pudesse ao menos experimentar o vinho.
Acabamos pedindo um vinho da carta do Outback. E o escolhido foi esse Down Under Shiraz 2010. Afinal, era a opção australiana da carta. Mais leve do que imaginávamos e bem frutado. Quase doce. Talvez o contraste com o Barolo tenha pesado. Mesmo assim, não desagradou. Pelo contrário. Mas deveríamos tê-lo pedido antes de partirmos pro vinho principal.
Faremos isso numa próxima oportunidade.

B   K   7   2

Deu La em casa


Clássico toda vida, o Alvarinho Deu La Deu é dos mais acessíveis do mercado. Uma escolha segura e eficiente. Acidez e frescor.

Acompanhou uma das especialidades que costumo fazer em parceria com a Patroa. Um linguado à milanesa. Eu compro o linguado e ela o prepara. Sempre dá certo esse trabalho em equipe.
Quase todo sábado ela me manda  pra feira pra comprar "dois montinhos do linguado pequeno" pra nossa princesinha. Tão gostoso e crocante que fica, o prato acabou se tornando nosso também.
E o Deu La Deu pegou-o de jeito nesse dia. Aliás, pegou a patroa também. Mais um ponto no meu trabalho de enocatequisação aqui em casa. 

Outro agravante pro nosso supercombo, que é uma boa dica pra quem curte, foi o azeite chileno Huasco. Aqui no Rio pode ser encontrado no Zona Sul, por volta de 14 Dilmas. Saboroso, perfumado e carnudo. Acidez máxima de 0,3%, segundo informação no rótulo. No momento, é o nosso favorito.
Em matéria de harmonização, essa é nossa obra-prima até o momento aqui em casa.

B   
    K
         7
             2

O Retorno do Rei


Polaco passou por uma verdadeira quarentena recentemente. O pão que o diabo amassou lhe foi oferecido sem sequer uma tacinha de vinho para acompanhar. E ele não teve escolha. Sua sorte é que o Doutor e sua gangue se revezavam na tarefa de resgatá-lo dessa tormenta. Aproveito o post para agradeçê-los por todo o carinho e atenção dispensada.
E para encerrar tão longa enoabstinência e recomeçar o tratamento com Resveratrol, nada melhor do que uma Magnum, sempre festiva e generosa. Sendo italiana e servida num almoço daqueles, temos um supercombo.
Esse Masi Campofiorin 2007 é um Ripasso. Vinho que muito tenho apreciado ultimamente. Trata-se de um mini-Amarone, digamos assim. É um vinho mais simples  e mais leve que seu primo rico, e que passa por uma segunda fermentação com as borras do Amarone elaborado pela vinícola. Isso lhe agrega qualidade sem que o custo suba muito. 
Estava praticamente arredondado e, gastronômico que era, harmonizou com um banquete que ia de feijoada a pernil assado. Uma farra! Muito adequada ao momento.
Sem passar pelo decanter, o vinho se abria e melhorava em nossas taças conforme o tempo passava. A acidez justinha era o ponto alto desse cara. Essa Magnum vem numa caixa bacana de papelão. Criando mais um ponto a favor do vinho.
Belo presente que o Polaco ganhou no último Natal.

O nosso Rei merece...

B     K        7                           2

A volta dos Enoanônimos!


Ok, já chega! O recesso do Wineleaks terminou. Depois de um longo e tenebroso inverno, estamos de volta. Nosso período sabático forçado foi turbulento, mas está encerrado e as notícias boas estão de volta.
Assim como o nosso querido General. Sim, nosso talentoso colaborador já está de na terra dos impostos, dos lucros abusivos e da Salvaguarda (será?).

Garrafas já tombam perante sua presença imponente. Muitas delas vão virar posts aqui.
 

Aguardem

B    K   

       7     2