Churrasco americano



Ainda na Americolândia, Sr. Woodie nos convida para um barbecue em sua casa, em Rancho Sta. Margarita. Cidade bem pequena, mais ao sul da Califórnia. Eu e Sr. Zoo, fomos então à Bevmo, uma cadeia de loja de bebidas bem grande na região, para adquirirmos umas garrafas para a ocasião.

Chegando na loja, vimos de cara que havia uma promoção para alguns rótulos, onde você comprava uma garrafa e, se levasse a segunda, ela sairia por 5 centavos de Obama. Ou seja, era nosso clássico "pague 1, leve 2". Mas na prateleira principal da promoção, nada empolgava. Demos uma volta pela grande loja então. Chegando na prateleira dos italianos, vi um Tignanello por 80 Obamas. Tentador... Continuei passando o olho e vi esse Amarone Montigoli 2009 por 60 pratas. Como não o conhecia, coloquei-o de volta na prateleira. Foi quando o Sr. Zoo me alertou:"Ei! Esse aí tá na promoção!" Verifiquei a etiqueta vermelha e não tive dúvidas. Chegaríamos no Churrasco americano com uma dupla de Amarones.
 
E chegamos. O Sr. Woody caprichou também. Nada de hamburguer. Destaque para um lombinho bem suculento, coisa rara em churrasco, e um Prime Rib especial. Os Amarones, assim com as carnes, estavam muito macios. Foram decantados por pouco tempo e evaporaram velozmente. Fomos felizes na escolha. Conosco estava também o Sr. Andy, outro expatriado e vizinho do nosso anfitrião. E como havia ainda muita carne e conversa disponível, Sr. Woody sugeriu que fôssemos até um mercado próximo que possuía bons rótulos. E lá fomos nós quatro, atrás de mais garrafas. E que mercado incrível! E que preços! Sr. Zoo cunhou a frase perfeita para nossa resignação: "Ainda bem que a gente não mora aqui, senão seríamos alcoólatras".
 
Bem, encarregado que fui, escolhi um Stag's Leap Cabernet Sauvignon 2010 na prateleira dos yankees. Por 36 Obamas, beber uma garrafa de uma vinícola tão importante na história moderna do vinho, pareceu-me bem "apropriado". E ainda achei um Icewine alemão para a sobremesa.
De volta ao churrasco, o Stags Leap foi pro decanter só pra dar uma respirada rápida, pois as carnes continuavam chegando. O vinho foi então pras taças. Encorpado e redondo. Muito bom. Fico imaginando como seria o vinho que disputou o Julgamento de Paris. Provavelmente já tinha algumas características semelhantes às da garrafa que estávamos bebendo. Sabor e aromas do novo Mundo. Será?
 
Sr. Woody coloca então umas bananas na sua churrasqueira americana. Era a deixa pro nosso IceWine Anselmann Ortega Trockenbeerenauslese 2006 entrar em cena. Na hora da compra reparei apenas que era da vinícola Anselmann, conhecida por aqui. Mas não reparei na medalha de ouro adquirida num concurso brasileiro. Inusitado. Achei esse exemplar inferior aos icewines canadenses que provei anteriormente. Menos tons cítricos e o pêssego dominando totalmente. Mas agradou. Sr. Woody ainda arremata os trabalhos com seu Porto Taylor 10 anos. Um tiro! Bem menos doce que o icewine alemão.

Farra das boas! Uma beleza. Voltamos pra Hermosa Beach já no final da tarde. E com a esperança de repetir enoeventos incríveis como esse muitas outras vezes.

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3 comentários:

Anônimo disse...

Tás de brincadeira, Sr BK? Uma promoção "compre um, leve dois" de AMARONES não é a mesma coisa que "compre um, leve dois" Greatwall 2 estrelas!

E citando "O julgamento de Paris", o mais longo comercial da face da Terra, não é mole!

Esse post não foi fácil. Precisamos de alguma coisa menos ficção científica, pq o Sr fanfarreou que só pela Califolia, trocadilho permitido pela eno farra a preços imbatíveis.

De dar inveja. E nem vou me identificar. Se não sabe quem eu sou, só ver quem na rua está verde. De inveja.

BK72 disse...

Califolia é um termo bem apropriado...

Os preços realmente ajudam muito.

E o Sr. Woody tá botando pra quebrar na cozinha. Vai da feijoada ao churrasco.
Woody com a alma do Remy.

Jorge Ramiro disse...

Eu tenho alguns restaurantes em itaim bibi e aprendí que não há nada melhor que acompanhar uma boa refeição com o vinho certo.