Ainda no embalo do free shop chinês, segue outra garrafa australiana tax free. E muito infelizmente, além da pouca oferta no duty free, ainda existe o limite de DUAS garrafas por pessoa na aduana chinesa! Enfim, depois da mudança nas regras alfandegárias brasileiras no final de 2010, a partir da qual podemos regressar à pátria com 12 litros de bebidas (16 garrafas de 750 ml), finalmente temos um motivo pra estufar o peito e nos orgulharmos de ser brasileiros, já que, ao ler jornal, vemos tão poucas oportunidades.
A garrafa em questão é uma Wyndham Estate BIN 888 Cabernet Merlot 2007. Ao acessar o site da Wyndham Estate, já fico sabendo que a linha BIN é a linha de frente da vinícola, tais quais os Jacob's Creeks do último post. Bom saber que existe coisa (muito) mais fina, mas na atual situação, preciso é achar um custo/benefício confiável, e ao custo dos mesmos 127 yuans (32 reais) dos Jacob's Creek recém-bebidos, é por aí que colocaria essa garrafa, restando apenas resolver dois detalhes: 1- Em que preço encontro a criança num supermercado comum; 2- Tem pujança pra entrar pra lista dos binos do dia-a-dia?
Com as expectativas lá em cima, a patroa dessa vez resolveu jogar pesado e investiu numa picanha molhuda. Sim, eu disse picanha. Preciso dizer que por aqui uma picanha chega a ter valor sentimental? Ahh, como é fácil se afeiçoar a um bichinho desses!
Abri o BIN 888 e deixei respirar bastante. Com 14% de álcool, esse corte de 60% Cabernet sauvignon e 40% Merlot devia estar no clima de carnaval. E estava. Logo no nariz, o álcool atravessou um pouco. Na boca, estava curto, mas gostoso. Outra vez, frutas vermelhas escuras e ameixas, e o álcool incomodando um pouco, mesmo com a picanha molhuda coadjuvando a degustação. Curiosamente, sobrou um terço da garrafa, que foi escalada pro almoço do dia seguinte. E aí a surpresa - já não havia a sobra do álcool. O 888 estava como devia estar na véspera - bem mais redondo, saboroso e justo!
Com esse bom susto, voltei com mais vontade ao excelente site da Wyndham Estate e fui conferir algumas informações extras, quando vi que esse produtor ainda tem um clube que entrega, anualmente, um conjunto de vinhos de valor, quantidade e linhas variáveis a diversos lugares - mas só na Austrália. E com preços mais camaradas que os praticados no mercado australiano! Uma bela ideia.
Em seguida, achei o 888 num supermercado no centro de Pequim por volta de 43 reais (o que dá quase um Septima Gran Reserva na Cadeg...). Assim, mesmo não o habilitando pro dia-a-dia, fiquei tentado a uma nova entrevista no futuro. Extensiva, sem dúvida nenhuma, aos seus conterrâneos das linhagens mais nobres da Wyndham Estate - especialmente os Shirazes. Isso, é claro, quando (se) achá-los.
Em breve, mais aventuras dessa perseguição implacável.
General
5 comentários:
Mas pelo visto aos poucos vais aprendendo a se virar por aí, hein General?
Esse aí não achei por aqui não.
Abs
Dá pra ver o selo do "China duty not paid" na segunda foto. Mas eu quero mesmo é achar os tops da Wyndham Estate por aqui!
Por enquanto, tem sido só pra segurar a abstinência!
Tenho medo desses orientais vencerem o General pelo cansaço. Daqui a umas 10 garrafas, ele estará dizendo..."esse é um ótimo vinho chinês..."
Pô, Doutor! Repare que o vinho é australiano! Vinho chinês ruim não tem conserto. É ruim com força. Mas tô com umas cartas na manga. Tem um aqui que vai render um belo post! O ruim é chegar com a expectativa lá em cima... vamos ver!
O negócio tá feio, mesmo.
O último lugar do mundo onde se espera faltar kung fu é na China.
Abs
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