Invadindo o Chile - Final: o Boragó

Quando disse ao Samurai que iríamos pra Santiago, ele foi enfático: "Reservem uma noite para jantar no Boragó. É um dos melhores restaurantes que já fui na minha vida!"
Isso vindo do Samurai, que é o cara mais exigente que conheço em matéria de gastronomia, me pareceu uma ordem. E ordem do Samurai, eu costumo cumprir há 10 anos.
E quando eu disse para o Polaco e pro Doutor que iríamos jantar num restaurante "molecular", eles torceram a cara. Mas enfim, fomos os 3 para o novo endereço do Boragó, que havia se mudado há pouco. Nossa mesa era bem em frente à cozinha (outra recomendação do Samurai), na primeira fileira. Encaramos o menu endemico. 10 pratos, sendo 3 sobremesas. Pedimos um Leyda Pinot Noir Single Vineyard 2009 para acompanhar-nos nessa jornada.
 Pra começar, o enfeite da mesa era comestível. Ok, essa é batida. Um Bonzai enfeitado com umas flores, que não tinham lá muito sabor. Não surpreendeu ninguém e só fez deixar o Polaco mais desconfiado.
Veio a entradinha. Um mini vaso de plantas, com uma plantinha verde. A terra era a pastinha para passar no pão. E era muito boa!
E veio outra. Uns aspargos enfiados numa terra que por cima era preta, e por dentro, verde. Muito saborosa. Polaco comeu seu aspargo e deu umas bicadas na terra. Ainda não acreditando que estava ali comendo aquilo.
Mais uma entrada. Uns champignons enfiados numa massa de algum tubérculo, que imitava uma pedra. Bonito. A massa meio sem gosto, mas os cogumelos estavam campeões (infâme, eu sei). Doutor já começava a achar que não se tratava de uma pegadinha do Samurai. Polaco ainda resmungava. Eu já curtia tudo!

O jogo virou mesmo quando vieram os ótimos pratos principais. Um peixe, que por fora parecia carbonizado (e era!) estava matador. E o que conquistou de vez o público foi uma carne que havia sido cozida por 40 horas e que tinha uma areiazinha verde por cima, meio adocicada. Um tiro! A partir daí eram só sorrisos e elogios ao Boragó.
 As sobremesas também foram um show. Além de saborosas, tinham sempre um apelo visual interessante. O sorvete de framboesa, com pedras sabor framboesa, me fez lembrar da patroa. Ela iria lamber o prato. As pedras eram, na verdade, suspiros sabor framboesa. Mas a melhor sobremesa era uma bolotinha de chocolate que vinha servida num pratão enorme. Era congelada por fora e desmanchante por dentro. Como se fosse um Petit Gateau ultra sofisticado. 
Voltamos para o hotel mais que satisfeitos. Polaco e Doutor, que antes desdenhavam, não tiraram mais o Boragó de suas cabeças até o fim da viagem.

Ah! A conta, claro... Deu R$85,00 por pessoa. Fico imaginando quanto custaria uma farra dessas por aqui. Melhor não pensar nisso e continuar com a boa lembrança desta noite.

B  K                                                         7                                                     2

2 comentários:

Leigo Vinho disse...

Desculpe a ignorância, mas q recurso é esse q vc usa nas fotos?
Muito bacana.
Abs

BK72 disse...

Vc está falando da separação das cores?
Se for isso, eu faço no photoshop mesmo. As vezes faço uma máscara na mão mesmo e as vezes separo por cor.
Algumas vezes dá um trabalhinho.

Obrigado pelo comentário.
Abs