Invadindo o Chile - Parte 2: Concha Y Toro Wine Bar


O tour básico da Concha Y toro é uma das maiores atrações turísticas  de Santiago. Coisa pra turista comum mesmo. Por isso muita gente gosta de dizer que a CyT é a disneylandia dos vinhos em Santiago. A verdade é que a CyT possui ótimos vinhos e um excelente Wine Bar onde podemos pedir seus grandes vinhos em taças. O que nos permite provar bastante coisa.
Dispensamos o tour, fomos pro bar, que também é um restaurante, e sentamos numa mesa  descolada próxima ao balcão. Na carta havia o Dom Melchor da safra 2006 e o da safra de 1990! Que ótimo. Um vinho de 20 anos. Seria minha primeira experiência com um vinho dessa idade. E um clássico sulamericano, pois só vinhos do quilate de um Dom Melchor podem ser tão longevos.
O Doutor pegou uma mini-degustação composta de meia taça do Amalia Chadornay, meia do DM 2006 e meia do DM1990. Eu e o Polaco pegamos uma taça cheia do Terrunyo Carmenere 2007 e uma do DM 1990 pra dividirmos. O garçom já nos trouxe duas meias taças de cada.
Com minhas duas taças à minha frente, comecei comparando os aromas. O Terrunyo empolgava. Só pelo nariz já dava pra sacar que ali dentro havia Kung Fu, mas da melhor qualidade. De mestre Shaolin. Mas aí peguei o DM90 e trouxe pra bem perto do meu rosto... E o cara era barra-pesada. Muito excêntrico. A primeira impressão era a de que parecia um vinho do porto. Doce. Forte. Mas com alguma delicadeza proveniente de um floralzinho combinado. Nenhum vinho que eu ja tivesse provado chegou perto disso. Uma beleza. Provei entao o danado e essa sensaçao de delicadeza ficou evidente. Era muito leve. Não havia tanino. É engraçado, mas era como se pudessemos realmente perceber a idade do vinho. O Doutor achou inclusive que ele ja estava na descendente. Pode ser. Talvez na boca seu auge tenha passado um pouquinho, mas ainda dava um show pra mim.
O Terrunyo é um carménère bala do Chile. Esse 2007 então, deitou e rolou nas canetas dos especialistas. Um carménère encorpado e macio é mais do que o necessário pra deixar qualquer um feliz. E o que é melhor: tá pronto hoje. É um vinho que vale a pena trazer de fora porque aqui quando se acha uma garrafa , ela chega a custar o triplo.
Provamos também o Marques de Casa Concha Merlot 2007, que é um bom vinho. Claro, depois desses dois petardos fica a impressão que é apenas um bom vinho. É inferior ao 2005 que tomei, que era um tiro, e que foi bebido com 4 anos. Esse tá um pouco tânico, se eu tivesse uma garrafa eu guardaria um aninho pelo menos. Mesmo assim é gostoso e é um vinho que podemos comprar no Brasil sem chorar muito, pois custa uns 20 dolares no Chile e pode ser encontrado por menos de 65 reais por aqui.
o Dom Melchor 2006 eu já havia tomado no meu último aniversário, logo antes dessa viagem. A impressão que tive foi a mesma da última vez. Belo vinho, mas que tem que ir pro calabouço. Não por 20 anos, claro. Mas esses caras mais bacanudos infelizmente não estão "prontos" no início de carreira. 

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