A vinícola Tamburlaine não tem uma vista privilegiada do Hunter Valley, mas tem um diferencial importante: é uma das poucas vinícolas a produzir vinhos 100% orgânicos na região. E essa vantagem é repetida e demonstrada em vários momentos da visita, da porta da adega ao website, estendendo-se ao selo de produto australiano orgânico no rótulo, e ao empenho na explicação dos processos pelo incansável Glenn Myers. Na parede, uma relação de países para os quais os Tamburlaine são exportados excluía o Brasil.
Estavam à disposição para degustação 4 brancos, 5 tintos e 3 de sobremesa. Respiramos firme e fomos ao trabalho (novamente, pulei os de sobremesa). Nos brancos, um Verdelho 2009 de Hunter, um Riesling 2005 de Orange e dois Chardonnays de Orange, sendo um 2009 e outro 2005. Orange é uma cidade pequena mais para o interior, com clima mais frio, maior altitude (uns 860m) e terroir diferente do de Hunter.
Nos tintos, um Malbec, um Cabernet Sauvignon e um Merlot de Orange, um Shiraz de Hunter e outro de Orange. Aí, olha que interessante. A mesma uva, tratada pelo mesmo fabricante, só que em terrenos diferentes, resultaram em vinhos completamente distintos. Essa experiência foi um dos pontos altos da visita à Tamburlaine. O Shiraz de Hunter era mais terroso, com mais tabaco. O de Orange, mais equilibrado, redondo. Apesar de ambos os vinhos serem gostosos, as diferenças eram grandes e deixavam a escolha ao gosto do freguês, porque os vinhos da Tamburlaine são muito maduros e bem feitos.
E se o freguês quiser, paga uma pequena quantia pra deixar o vinho envelhecendo! Achei a ideia incrível! É como um investimento de longo prazo em renda variável com uma projeção muito positiva de risco/retorno e zero de imposto de renda!
Levamos da Tamburlaine um Chardonnay 2005, o Shiraz de Orange e um azeite extra virgem "Robust Premium" da Pukara Estate, produtor de Hunter que oferece uma degustação gratuita de seus produtos na Tamburlaine.
No final, duas surpresas agradáveis: o Sr. Kononenko, tendo mencionado que era membro do clube Tamburlaine, e que havia feito e pago um pedido que não chegou, teve o cadastro verificado e recebeu imediatamente sua caixa com seis vinhos.
Da minha parte, fiquei feliz por pagar AUS$29 no Chard 2005 (quase 50 dilmas - preço de sócio, já que o normal é AUS$35) e AUS$32 no Shiraz, cujo preço normal era AUS$44 (75 dilmas). Já saindo da vinícola, ao checar a nota e ver que haviam cobrado no Shiraz AUS$32 ao invés de AUS$39 (preço de sócio - o Sr Kononenko), voltei para avisar que o desconto dado havia sido superior ao justo. O Sr. Myers disse que provavelmente o cadastro não estava atualizado, mas que não tinha problema. Minha consciência estava tão limpa quanto minha garganta, seca.
Mas isso estava para ser resolvido.
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3 comentários:
Mais um belo post. Em especial, a foto do Sr. Orgânico lá em cima, com o quadro ao fundo e as frases orgânicas.
Como é esse esquema de deixar o vinho envelhecendo lá?
Imagino que seja bem diferente do sistema usado pelo Polaco (assadeira).
Caramba, essa viagem rendeu, hein?
Belo post.
Abs
BK, o esquema é um pouco melhor que o da assadeira. Paga-se uma pequena taxa pra deixar sua garrafa lá, envelhecendo na adega. Bom demais, né?
LV, só começamos!
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