Vamos agora aos vinhos chineses do Carrefour. Tem uma coisa nessa sessão que sempre me dá calafrios: os vinhos muito baratos com uma plaquinha "compre um, leve dois". Todos os preços das fotos estão, obviamente, em yuans. Para ter uma ideia do valor em dilmas, divida por 4.
Achei o Greatwall 3 estrelas, já “desgostado” aqui. Notem que o preço, que antes era de, aproximadamente, 50 yuans (umas 12,50 dilmas), agora está em incríveis 80 yuans! É este o vinho servido pela Air China a seus passageiros! Desde que a tripulação não o beba, tudo bem!
Outro visto por essas bandas foi o Greatwall Cabernet Sauvignon 2006, a 308 yuans. Também “desgostado” aqui em grande estilo, direto da Grande Muralha. Na prateleira acima, um Shiraz de 780 yuans! Umas 200 dilmas! Esses são vinhos de grande guarda, porque ninguém em perfeito juízo vai tirá-los do seu descanso eterno por esse preço.
Agora, o que todos esperavam: o mercadinho local. Aí, meus amigos, é vale-tudo. Um ou outro gringo a preços extorsivos na prateleira cercados por vinhos locais caríssimos em embalagens super luxo, Great Wall e Changyus de calibres diferentes e os temidos "compre um, leve dois" - promoção boa só para o preparo de coquetéis Molotov.
Na sessão de vinhos do supermercado local, que carinhosamente apelidei de "arena da morte", o fermentado de uva não tem vez. Quem manda são os baijiu (lê-se "bái jiou" - literalmente "bebida alcoólica branca"), aguardentes tradicionais chinesas feitas de cereais. A mais popular é o Erguotou. Tem desde os "leves", com 56% de álcool, até os de 70%, muito apreciados por impressoras. Reparem nos preços e não esqueçam de dividi-los por 4. Numa prateleira separada estão as bebidas nobres tradicionais, com preços caprichados. Entre elas, os respeitados e caros Moutai.
Para encerrar o texto, uma propaganda fotografada da revista de bordo de uma companhia aérea chinesa do Château Bolongbao 2005, onde logo abaixo lê-se "Mis en bouteille au château dans le village de Bashimudi, région de Fangshan, Pékin". NÃO É MONTAGEM!
Na guerra contra a ameaça dos vinhos ruins, temos poucas chances. Mas enquanto houver superpotências enchendo o mundo com vinhos de destruição em massa, não desistiremos de lutar pela paz, pela liberdade de escolha, de expressão e, às vezes, de contrabando.É um mundo cruel, esse em que vivemos.
General
6 comentários:
O que é revoltante é ver o absurdo q eles cobram por essas porcarias.
Outra: isso aí não deve nem fazer bem à saude.
Abs e boa sorte nas compras.
General,
Esse Obikwa é figurinha fácil por aqui. Custava na faixa de 30,00 pra baixo. Mas isso eu acho que há uns 4 anos atrás.
Leigo, olha a variedade que o cara tem à disposição. E ainda reclama.
Nessas situações é q diferenciamos os meninos dos homens. Está na hora de parar d reclamar, arregaçar as mangas e... depois eu continuo pois o meu vinho Septima tá esquentando...
Eu sabia que esse post ia gerar solidariedade e gracinhas.
Septima, né, doutor? Vamos fazer um negócio: deixa um Septima na masmorra aí pra mim que eu te levo um Chateau Bolongbao - Mis en bouteille au chateau!
Chegando aí, fazemos uma desgostação!
General, veja o que eu achei:
http://www.enoeventos.com.br/2007/entrevista/entrevistascofield.htm
Não perca as esperanças. Vá atrás desse "Changyu".
Quem sabe?
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