Ao chegarmos a Montalcino, a cidade do vinho italiano mais famoso (Brunello) e gostoso (talvez do mundo) , cuja população gira em torno de 5.000 habitantes, fomos em direção ao hotel no centro histórico. Escolhemos o hotel Giglio, bem localizado e com maravilhosa vista panorâmica, segundo propaganda própria. A reserva foi feita com quatro meses de antecedência, e já não havia vagas para o principal. Se quiséssemos, teria que ser no anexo, sem vista pra lugar nenhum. Mas quem vai se importar com isso? Diria a vocês que me importei sim. A vista era deslumbrante! E o café era servido lá. Pelo menos ficou uns 20 euros mais barato. Enfim, o que não poderia faltar era o danado do BRUNELLO. Ah, isso não faltou mesmo. Isso que importa.
Cidade pequena, ruas estreitíssimas, numerações sem lógica. Chegar ao hotel não foi fácil. Tivemos que recorrer à ajuda de uma senhora italiana típica, de seus noventa anos e que encontrava-se aguando suas plantas, para nos ajudar a chegar ao hotel. O GPS, vulgo "tom tom", foi de grande valia na viagem. Mas o que ele endoidava nas cidades medievais não estava escrito. A preciosa senhora quase centenária foi mais útil que o moderno GPS. Numa das estreitas ruelas o carro esbarrou o paralama no muro, coitado. Não foi culpa dele. Ele simplesmente não cabia na ruela. Mas a locadora não quis saber da história e o prejudicado fui eu. Tudo bem. Esse foi o único imprevisto. Ah! Estava me esquecendo... Teve um parafuso enfiado no pneu do pobre do carro. Isso mesmo. Parafuso, nunca tinha visto. Por sorte estávamos a cerca de 50 metros da borracharia. O mais difícil foi a comunicação de minha esposa com o empregado. Ela disse: “tem um PREGO enfiado no pneu”. E ele: “non la capisco”. Ela o levou até onde estávamos o carro, o pneu ,o parafuso e eu . Tudo foi resolvido em 10 minutos. O engraçado é que “prego” é uma das palavras mais usadas na Itália, porém com significado totalmente diferente, ele é usado como “pois não”,“pronto”,”obrigado”,”de nada”,”as ordens” tudo lá é “PREGO”.Como é que poderia estar enfiado no pneu? Não sei...
Vamos aos vinhos. Montalcino tem 218 vinicolas. Olha o grande problema, qual escolher? Bem, vamos deixar este dilema para depois. Agora , em chegando a esta Meca do vinho, o mais importante é apreciá-lo na taça, é obvio. E onde? Claro que é na Fortezza(veja foto). Lá tem uma enoteca com inúmeros rótulos. Alguns servidos em taça. Escolhemos o Brunello Argiano 2006, a 6 euros a taça. ESPETACULAR! Trouxe uma garrafa dessa, além de uma do Castelo Banfi (uma das 10 vinicolas mais visitadas do mundo, comprada na própria), uma da Vellona e outra da Camigliano. Essa última foi comprada na Enoteca Italiana, em Siena. Vale a pena conhecer e comprar.Tomamos ainda o Campone da Frescobaldi e algumas taças avulsas de outros Brunellos. Cada um melhor que o outro.
O que mais me encantou foi um Brunello encontrado em uma Enoteca em Sorrento, cidade próxima a Capri, sul do pais. Era um Silvio Nardi 1997,uma das melhores safras do referido vinho, por apenas 25 euros.
Estavámos em final de viagem e cansados. Os dias eram longos, andávamos muito. Então fizemos um piquenique íntimo no quarto do hotel com o Pecorino, pães e um Rosso de Montalcino: Visconti. Que é como se fosse um Brunelinho. Muito bom também.
O mais decepcionante da viagem foi eu não ter trazido um Sassicaia 2006 ao preço de 108 euros. No Brasil, seu preço gira em torno de 1.200 Dilmas. Que tristeza!
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